A Língua Submersa - Manoel Herzog

28 de julho de 2023

Título: A Língua Submersa
Autor: Manoel Herzog
Páginas: 216
Ano: 2023
Editora: Alfaguara
Gênero: Ficção, Literatura Brasileira, Romance.
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Classificação Etária: 14 anos
Nota:   
Sinopse: Após um cataclisma ambiental, só uma região na América Latina sobreviveu ao avanço das águas: Bolivana-Zumbi. Sua classe média remanescente se reestruturou à base do comando evangélico, do jugo chinês e da obrigação de restaurar a natureza, mas segue com suas rixas e discriminações. O resultado é um livro épico, sobre a força da destruição humana.

"Quem nos governa é o medo da morte."

Este é um romance complexo e múltiplo, sem paralelos na literatura brasileira. Após uma catástrofe ambiental, a América Latina, ou o que sobrou dela, é agora a nação Bolivana-Zumbi, o "gigante dócil e inofensivo" onde a moeda se chama bênção e o poder dominante, fantoche dos desígnios chineses, é a Eclésia, gerida pela igreja evangélica Bola de Fogo. Aqui a natureza é a principal preocupação: é expressamente proibido desmatar e caçar animais silvestres, e os infratores pagam com a morte. Em Bolivana-Zumbi se fala o portunhol, pois o português se tornou a língua submersa -- e proibida.

Manoel Herzog nos leva, com contundência e um humor desconcertante, às entranhas dessa nova sociedade que habita as antigas regiões de Santos e Cubatão. Em pequenas sagas que se sobrepõem e se complementam, conhecemos um mundo novo e perturbador, onde a própria realidade é tecida de pesadelos.


Este livro foi cedido pela Editora Alfaguara, porém as opiniões são completamente sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora. 



Resenha:

“Quem nos governa é o medo da morte."

Olá praticantes de Livroterapia 

Tudo bem com vocês?

Hoje eu vim falar da minha experiência de leitura de um lançamento nacional. 

A língua Submersa, livro do autor Manoel Herzog, publicado pela Alfaguara, é uma distopia apocalíptica.

Após uma catástrofe ambiental o nível das águas subiu e destruí o mundo como nós o conhecemos. Poucos territórios conseguiram sobreviver, é um novo modelo de governo foi estabelecido pelo mundo sobrevivente. Com controle praticamente total do povo chinês e o govern se alicerçando em uma base de fé para controlar o povo, temos N narrativas que são verdadeiras críticas sociais, políticas e religiosas. A nova sociedade está desesperada para salvar e proteger o pouco da natureza que resta e esse detalhe é crucial na narrativa do romance.

A população sobrevivente foi separada em castas, sendo que os religiosos e políticos obviamente estão no topo, tendo comerciantes, trabalhadores com certas formações X, no meio da pirâmide e todo o resto vivendo como escravos, drogados e sem teto, em um mundo onde terra é luxo.


É realmente um livro de narrativa complexa, temos N arcos narrativos que vai se entrelaçando para forma uma trama única. Com muita crítica social, o autor vai tecendo a trama que se passa em locais que eu pessoalmente conheço, já que moro no litoral Paulista e a trama se passa em locais como Cubatão, Santos e arredores daqui. E com todo aquecimento global e mudanças climáticas, trazendo catástrofes atualmente o livro me pareceu muito uma profecia possível de se acontecer, mesmo com todas as insanidades narradas.

No geral, foi uma trama interessante, mas que não funcionou comigo, justamente por um ponto essencial  da escrita do autor para sua história. A língua portuguesa foi proibida, então os personagens falam uma mescla de português com espanhol e dialetos próprios é isso me irritou profundamente. O tempo todo me pareceu errado, a leitura não fluía quando passava aos diálogos e foi dessa forma uma leitura cansativa e que não despertou paixão.


O que pode ter sido o desejo do autor o tempo todo, afinal, não é por acaso que está sendo usado esse estilo de escrita e fica a dica para lerem o livro e verem tudo o que acontece ao final e tirarem suas próprias conclusões sobre tudo isso.

Como eu disse não funcionou comigo, porque não me apaixonei pela história, mas não tira o mérito é até entendo o uso essencial do portunhol, faz sentido a trama e não posso falar mais porque pode ser spoiler, mas o nome do livro não é por acaso. E o livro mesmo com esses detalhes da minha opinião, ainda não considerei uma história ruim! Pelo contrário, bem interessante.

É um livro que tem temas bem importantes, personagens complexos e arcos narrativos pontuais, socos no estômago e tapas na cara da sociedade que vivemos atualmente. Os personagens acabaram despertando mesclas de emoções, durante a leitura, suas histórias pré colapso e o que os tornou quem são durante a trama, foram fortes e cheias de luz e trevas, muito real, é isso também foi assustador e interessante.


Recomendo a todos que gostam de livros com distopias, críticas sociais e tramas quebra-cabeças complexas.

O livro acabou sendo enviado para a Denise e não tenho detalhes da edição física, mas pelas fotos que ela fez, parece manter a qualidade editorial da Alfaguara, eu li na edição digital disponibilizada pela Companhia das Letras aos parceiros, e a diagramação e revisão estavam boas.

Literárias nacional em grande estilo.

Espero que tenham gostado da indicação e até a próxima.

8 comentários

  1. Uma leitura complexa mas bem interessante

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    1. Isso é verdade! Foi uma leitura neste ponto que exigiu concentração!

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  2. Admito que não conhecia o livro, por isso, foi uma grata surpresa ler a resenha e entender que esse cenário tão desastroso não é muito distante da nossa realidade.
    E isso nunca é bom, pois acaba servindo a carapuça né?
    Com certeza se puder, quero ler!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel

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    1. Eu super escolhi esse livro de forma aleatória, nas opções do mês de parceria, influenciada totalmente pelo nome do livro. E sim, durante a leitura muitos pontos ficaram bem naquela vibe: "Isso pode acontecer a qualquer momento!"
      Beijos...

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  3. Olá
    Não curto distopia é um gênero que não me chama a atenção.Deixo passar a dica dessa vez

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    1. Olá Eliane, sim, para quem não curte o gênero, este livro não chamaria atenção mesmo, quem sabe eu venha trazer um dia uma indicação que te conquiste!

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  4. Literatura nacional com grande estilo é bom demais.
    Além do aquecimento global tambem estamos vivendo um momento em que pessoas acreditam que a sua verdade é única e essas distopias que antes pareciam distantes hoje já tenho receio de que aconteçam.

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    1. Oieee, nossa amiga, eu fico passada como lendo distopias fico imaginando que a qualquer momento viveremos uma!

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