Bom dia, Verônica - Raphael Montes, Ilana Casoy

31 de janeiro de 2023


Título:
Bom dia, Verônica
Autor: Ilana Casoy e Raphael Montes
Páginas: 319
Ano: 2020
Editora: Companhia das letras
Gênero: Suspense, Mistério, ficção policial 
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Classificação Etária: 18
Nota:    
Sinopse: Um marco da literatura policial brasileira, com mais de cem mil exemplares vendidos e uma adaptação pela Netflix, agora em nova edição. Bom dia, Verônica nos leva às profundezas da loucura e do vício humanos, em um thriller carregado de tensão, com viradas inesperadas e personagens cativantes.
Verônica Torres trabalha no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil em São Paulo. É secretária de Carvana, um delegado pouco confiável, e filha de um respeitado policial, que teve um fim trágico e não totalmente esclarecido.
Verônica está afastada de qualquer tipo de investigação, mas, ao presenciar o suicídio de uma mulher em seu trabalho, a fragilidade da vítima e as estranhas circunstâncias que a levaram à delegacia a colocam na trilha de um abusador com requintes de crueldade. Quando recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada, ela seguirá as pistas de uma série de crimes ainda mais sombrios.
Janete é uma dona de casa devotada, que obedece Brandão, seu marido, pelo absoluto terror que nutre por ele. Policial militar, ele está acima do bem e do mal e pratica crimes sexuais de extrema violência e sadismo, em que ela é obrigada a participar — primeiro, aliciando mulheres; depois, acompanhando o desenrolar de suas mortes.
As vidas de Verônica e Janete se entrecruzam e as levam aos limites da violência e da loucura. Ao narrar suas histórias, Ilana Casoy e Raphael Montes criam um thriller sem paralelos na literatura policial brasileira, com uma trama complexa — e uma investigadora inesquecível.

Este livro foi cedido pela Editora Companhia das letras, porém as opiniões são completamente sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora.


Resenha: Não, esse não faz parte do gênero literário que tem meu coração, mas eu estou dando chance pra me aventurar em novas histórias, histórias que eu já não imagine como vai terminar. E surpreendentemente essa tem sido uma experiência memorável.

Conheci Ilana Casoy através do livro "casos de família", que pra quem não sabe, é um livro dedicado a nos contar fatos sobre os casos Nardoni e Richtofen, é um livro de fatos reais, com um clima pesado, difícil de ser lido, mas escrito com uma maestria impressionante. Até então, não conhecia Raphael Montes, apesar de já ter muito ouvido falar de seus livros, nunca de fato li algum. Mas de certa forma, a combinação desses dois autores pode ser descrito como perfeição.

Bom dia, verônica é o mistério criminal perfeito.

Este livro conta a história da policial Verônica, ela é uma escrivã da polícia civil, desses seres invisíveis nessas repartições. Tem um casamento perfeito, o marido perfeito, dois filhos e tudo que ela consegue pensar é em como ela não se encaixa naquele lugar onde tudo é perfeito e ela é tão perdida de si. Ela pouco se envolve em casos, o seu chefe só passa pra ela "engaveta-los". Até que um dia, um suicídio chama sua atenção, o suicídio em questão acontece na delegacia, a Mulher, Marta Campos, se joga da janela da delegacia e suas últimas palavras são "agora ele vai ser capaz de me amar". O caso chama atenção de Verô, pois seu chefe pouco deu atenção ao caso que a mulher denunciou, disse que era mais uma louca, que acha que foi iludida e verônica por algum motivo se comoveu com aqueles olhos que suplicavam por ajuda. Assim começa o primeiro dia do fim de sua vida e esse nem é o caso foco desse livro.

Logo após o suicídio, Verônica aparece na TV dizendo que o que quer que tenha levado Marta a cometer tal atrocidade contra si, será investigado por ela até o fim. 
Dito isso, Janete que estava assistindo a televisão nesse momento, decide pôr um fim na sua situação. Resolve que poderia confiar na moça da televisão, então em um súbito de coragem, liga para a delegacia e pede pra falar com Verônica. Quem atende é uma secretaria, avisando que verônica não está, assim ela desliga convencida de que foi um erro ligar naquele momento. Após Verônica chegar a delegacia no dia seguinte, a secretária fala sobre a ligação e Verô percebe que a moça havia ligado mais de uma vez para delegacia e retorna a ligação, pegando assim o caso que que colocaria a perder tudo que Verô acreditava até àquele momento.

Janete, a moça do outro lado da ligação, era uma moça que veio do interior, dessas sonhadoras que desejam uma vida melhor, com mais oportunidades. Ela se apaixonou por Brandão assim que o conheceu, ele era policial militar, passava segurança e era sua chance de ter uma vida na cidade, e assim foi, em seguida de um namoro rápido, casaram e se mudaram pra cidade, longe de sua família, longe de tudo. Mas a vida que Janete sonhara, não era nem perto da triste realidade em que se meteu, Brandão não a deixava trabalhar, nem sair, seu dinheiro era contado, a casa humilde, sem nenhuma ligação com o mundo á volta a não ser pela televisão e o telefone fixo que o marido revisava todos os dias quando chegava de seu turno. A família aos poucos foi se afastando, pois a vergonha em ter que admitir que sua mãe estava certa sobre não confiar em Brandão se tornou a única coisa entre eles.

E assim o livro oscila de capítulo em capítulo contando o lado de Janete e o lado de Verônica, enquanto essas duas histórias se entrelaçam nos trazendo à tona um caso policial Brasileiro digno de capa de jornal. 

     

Cláudio Antunes Brandão é nosso vilão, desses que tu realmente teme e odeia desde o primeiro momento citado nessas páginas. Além de privar sua esposa de uma vida digna, ele também a abusa fisica e verbalmente, causando danos psicológicos irreversíveis. Sexualmente, Janete apresenta sindrome de Estocolmo (a vítima de agressão, sequestro ou abuso desenvolve uma ligação sentimental ou empatia por seu aproveitador), se sentindo presa ou em dívida à ele, por isso demorou tanto para denunciar. Alem disso, com o tempo Brandão já abusou de outras mulheres, vítimas sonhadoras assim como Janete, que é quem intercepta as mesmas na rodoviária, quando estão chegando em São Paulo em busca de uma vida melhor, convidando-as para trabalhar de empregada em sua casa. Janete também suspeita que Brandão as mate. O livro termina de forma inesperada, sendo capa de jornal, com mais de uma notícia publicada, mas isso eu não vou contar pra vocês, pra saberem, terão que ler.

"Ela solta um suspiro e pensa no que dizer. É tão difícil colocar em palavras... Mas não pode desistir agora:
- Acho que o meu marido vai me matar.
- E por que ele faria isso?
- Ele gosta de matar mulher.
Como uma força do destino, a buzina do carro ressoa na frente de casa. Janete estica o pescoço na direção da janela para ter certeza: é ele! Escuta o portãozinho de ferro da entrada batendo e os passos do marido se aproximando.
- Ele já matou outras?
- Já, muitas.
- Um assassino de mulheres?
- Desculpa, preciso desligar agora."
-Bom dia, Verônica

Para mim, esse foi um livro que vou sempre lembrar, alem de ser um livro de grande tensão, fazendo marcante a história de um serial killer, também é um livro que nos serve de alerta, não devemos confiar tanto em grandes promessas. Precisamos entender também, que somos fortes para denunciar qualquer tipo de agressão, e nos afastar de quem nos causa dor, seja ela física ou verbal. A mente humana é complexa demais pra se pôr em papel, mas Ilana Casoy e Raphael Montes conseguiram nos trazer a linha tênue entre vítima e agressor, entre amor e ódio, entre ficção e realidade.  Para os amantes de Thriller, leiam "Bom dia, Verônica", vai marcar a vida de vocês e também é uma ótima opção de série, a adaptação é ótima, mas isso é papo pra uma próxima resenha.

6 comentários

  1. Jurava que era resenha da Vivis. Mas é bom variar de gênero não é Jess?
    Bom dia Veronica é bem aclamado tanto o livro quanto a série

    ResponderExcluir
  2. Que livro!Que história!!!!
    Eu tenho a versão da Dark e já li duas vezes rs Tá, para mim, a Verônica da série foi mais humana, digamos assim, do que na versão do livro. Eu ousei dizer que foi um raro caso, onde a adaptação ficou melhor que o livro. Não sei se chegou a esse ponto,mas..rs ainda vou refletir a respeito.
    Sei que tenho tudo que Raphael escreveu até hoje e me orgulho disso. Ilana só conheci por esse, mas ainda sonho em ler Casos de Família!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

    ResponderExcluir
  3. Conheço o Raphael apenas de ler as resenhas que falam dos livros dele porem não tenho coragem de ler nenhum. A Ilana acompanho os podcasts que ela participa contado sobre casos de policia.
    Ainda bem que você gostou da leitura porem eu não pretendo ler ou assistir a série por agora, quem sabe futuramente.

    ResponderExcluir
  4. Olá! Tai um livro que também foge bastante dos enredos que estou acostumada a ler, mas que tenho muita vontade de conferir, ainda mais porque assisti a série, e pasmem, gostei bastante!

    ResponderExcluir
  5. Ola
    Ainda não li nada do autor Vejo muitos elogios aos livros dele.A trama é muito real parece que ele está contando a realidade de muitas mulheres que sofrem abuso por partes dos maridos Abusos físicos e verbais. Deve ser um ótimo suspense.

    ResponderExcluir
  6. Não sou fã das séries nacionais, mas esse quero muito assisti. Mesmo que eu não leia o livro, mas quero acompanhar esse mistério. Eduardo Moscovi está na série, eu gosto muito dele como ator. E muitas pessoas já falaram que vale a pena

    ResponderExcluir