Sinopse: Na aguardada sequência de Sangue dourado, best-seller do New York Times, Deka está a cada dia mais poderosa, porém, antes de usar qualquer superpoder precisará aprender em quem confiar. Ideal para os fãs de Pantera Negra, N. K. Jemisin e Octavia Butler.Já se passaram seis meses desde que Deka libertou as Douradas e descobriu não apenas quem realmente é, mas também qual o seu propósito no mundo. Agora, o reino inteiro está em guerra. Os oterianos veem todos os aliados de Deka como traidores. E ela própria é chamada de monstro.Mas a verdadeira batalha está apenas começando. Encarregada de libertar o restante do exército das deusas, Deka se depara com um símbolo estranho assim que inicia a tarefa, e ele está em todos os lugares, até nas armaduras de seus inimigos. Há algo incomum no símbolo, fazendo Deka sentir náuseas só de olhar. E, para piorar, o símbolo parece bloquear seus poderes. Ela não pode comandar ou se comunicar com os novos uivantes da morte. Na verdade, ela nem sequer consegue entender o que eles falam.Há algo sinistro conectado ao símbolo, algo cruel que ameaça toda a humanidade. Ela e seu exército precisarão descobrir do que se trata e pará-lo o mais rápido possível. Caso contrário, mesmo cada vez mais forte, Deka talvez não dê conta de levar Otera ao tempo de paz e igualdade com que tanto sonha.“Este livro brilha como ouro.” – School Library Journal (starred review)
“Nós, que estamos mortas, te saudamos.
Viver para sempre. Viver na vitória.”
Olá praticantes de livroterapia.
Minha indicação de leitura de hoje, é a continuação de uma das séries de fantasia que mais gostei de ler no começo do ano.
Sangue Cruel, é o segundo livro da série Imortais da autora africana Namina Forna, nascida em Serra Leoa, e erradicada nos EUA desde a infância.
Com lançamento em 2022, Sangue Cruel é publicado no Brasil pela Galera Record.
Talvez alguns se lembrem do quanto gostei do primeiro livro, e caso não lembrem, temos a resenha dele aqui, caso desejem conhecer um pouco mais da experiência de leitura dele, basta clicar na imagem abaixo:
Em Sangue Dourado, conhecemos Deka, uma jovem que ao passar pelo rito de sangue, descobriu que seu sangue é dourado, e isso era tudo o que ela mais temia. Em Otera, todas as jovens vivem uma vida bem restrita, elas não têm direitos e basicamente não podem fazer nada até passarem por esse ritual, que irá provar sua pureza e assim serão consideradas parte da sociedade.
O sangue dourado é a prova de que as mulheres são herdeiras de demônios, séculos atrás, foram derrotadas por Oyomo, o Deus de Otera, porém, suas “filhas” continuam nascendo entre o povo de Otera.
As chamadas Alakis são odiadas e temidas, sofrem horrores inenarráveis ao serem presas, e foi isso que aconteceu com Deka, por meses, já que Alakis são praticamente imortais então não há limites para o que podem fazer com elas.
Até que uma emissária do imperador foi até ela e ofertou a chance dela limpar a mácula do mal de seu sangue se ela servisse no exercito e lutasse por Otera contra os Uivantes Mortais, monstros que vinham atacando o reino por séculos.
Após um longo treinamento, Deka foi forjada em uma guerreira poderosa, aos poucos com a ajuda de mestras como Mãos Brancas, e suas irmãs de sangue, outras alakis, ela percebeu que seus poderes eram mais vastos do que das demais Alakis, e essa ligação com sua linhagem de sangue foi ficando mais forte.
Em uma reviravolta (já esperada e aguardada por mim com ansiedade), Deka descobre que existe uma massiva manipulação em sua sociedade. O imperador e todo núcleo do poder reescreveu a história após a vitória contra os “demônios”, construindo assim uma sociedade patriarcal, onde as mulheres não tinham direitos e poderes, em contrapartida ao que existiam antes, e a verdade era...
Bom, precisam ler o primeiro livro para saberem todos os detalhes, o que recomendo fortemente.
Sangue Cruel começa, seis meses após a batalha do final do primeiro livro, Deka, agora sabe de onde vêm suas origens e seus poderes, e isso coloca em si, uma grande responsabilidade. A guerra entre as mulheres Alaki, e o exército de Jatus, homens a serviço do império e dos sacerdotes, está causando muita tragédia e mulheres em todo reino estão sofrendo mais do que nunca, acusadas de serem seres malignos e mortas por qualquer motivo. O que deixa Deka ainda mais mergulhada na ansiedade, culpa e ainda tem que lutar com seu próprio stress pós-traumático.
“- Você é o que eles fizeram de você. Assim como fizeram comigo. Se você é um monstro, então eu também sou.”
Conforme seus poderes vão se tornando maiores e ela começa a confiar mais em si mesma, abrindo os olhos para o que está realmente acontecendo ao seu redor, Deka percebe que nada é tão fácil. Com o fardo de ser a escolhida das “mães”, para guiar as Alakis para uma vida fora dos cativeiros e sofrimentos, ela precisa provar o tempo todo que é merecedora do status que lhe foi conferido.
Deka, é claro não está sozinha, ainda tem ao seu lado suas irmãs de sangue e seus urunis, e no fim, parece que eles são os únicos que realmente estarão disposto a ajudar na jornada de Deka.
Novamente fica aqui o meu destaque aos personagens secundários, que aos poucos vão ganhando mais profundidade e importância para a trama: Britta, Adwapa, Asha, Belcalis, Keita, Mãos Brancas...
Neste livro um “novo” inimigo se ergue contra as Alakis e pela primeira vez senti que elas realmente estavam diante de um oponente tão forte quanto elas.
“Antes, agora, sempre. Exatamente o mesmo ser.”
É um livro mais denso porque começa a tocar em alguns temas muito mais complexos do que no primeiro livro, o que para mim tornou a leitura ainda mais interessante.
No primeiro livro existia um manifesto contra a opressão feminina e toda a violência que as mulheres eram vitimas em uma sociedade machista e retrograda. Neste livro a trama se expande, pois a autora habilmente tece uma trama onde podemos ver os dois lados desta violência. Um mundo onde não existe equilíbrio entre forças femininas e masculinas e uma perpetuação de ciclo de violência.
O protagonismo feminismo é o principal, mas abre espaço para o protagonismo trans, e outras minorias.
Deka é uma personagem inteligente e evolui muito bem nesse livro, começando tendo que lidar com suas próprias “fraquezas”, até começar a se sentir melhor e mais confiante. É importante essa evolução até mesmo para a trama em si, já que existe uma necessidade de revolução interna para ser aquela que vai descobrir as teias intrincadas dos segredos que cercam seu mundo e as forças ao seu redor.
Um livro de fantasia que indico para quem ama tramas onde a linha tênue separa vilões e heróis, segredos e reviravoltas, jornada de herói e uma dose de romance (pequena, mas importante!)
Foi um segundo livro muito bem escrito, entregou muito, muito mesmo para criar uma tensão para o último livro e o final, foi um clímax de primeira.
Fico aqui aguardando o próximo livro e que ele não demore!
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