Autor: Françoise Héritier
Páginas: 160
Ano: 2022
Editora: Valentina
Gênero: Literatura Estrangeira, Não-ficção, Poemas, poesias, Romance
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:
Sinopse: Ao Sabor do Tempo é como um convite de Françoise Héritier para redescobrirmos as dores e, principalmente, as delícias da nossa existência. Assim como em O Sal da Vida, a primeira parte da obra, intitulada Colcha de Retalhos, elenca, como uma espécie de poema em prosa, uma coletânea de sensações, trocas e experiências individuais que, diariamente, dividimos com pessoas próximas e com o mundo. Uma verdadeira homenagem à dádiva que é viver.Já na segunda parte, chamada Modelagem, a autora procura nos oferecer, através de uma associação de ideias e de uma maneira não biográfica, uma representação de fatos e materiais que moldaram sua trajetória. Passagens engraçadas e espirituosas nos fazem viajar pela vida de Françoise e conhecer sua relação com o grande Claude Lévi-Strauss, entender algumas questões que envolveram tornar-se uma mulher independente e ser uma erudita num meio acadêmico extremamente machista.Uma leitura prazerosa, repleta de sabedoria.
Este livro foi cedido pela Editora Valentina, porém as opiniões são completamente sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora.
Resenha:
"alegrar-se por se saber mortal, afinal é isso que justifica saborear a vida."
Olá praticantes de Livroterapia.
Hoje a indicação de leitura é do romance Ao Sabor do Tempo, livro da autora francesa Françoise Héritier e lançamento da editora Valentina.
Este foi meu primeiro contato com a escrita da autora, e durante a leitura, por ter muitos pontos que são quase uma autobiografia dela (só que não é exatamente uma!), me vi inclinada a fazer uma pesquisa sobre ela. É uma das maiores intelectuais francesas, uma autora feminista, com formação em antroplogia, etnologia, e possui inúmeros artigos e livros publicados.
E aqui vai um aviso, apesar de Ao Sabor do Tempo, não ser anunciado como uma seqüência, ele cita muito outro livro da autora: O Sal da Vida, e pelo que pude perceber é sim uma continuação da linha de pensamento iniciada neste outro livro. Que não li, e senti que eu teria gostado mais da leitura se já tivesse lido.
O livro é dividido em duas partes: Colcha de Retalhos e Modelagem.
Em Colcha de Retalhos, a autora elenca diversos momentos, que são em sua opinião, é o que da sentido a vida. Já no prólogo, a autora explica que esta primeira parte é uma lista de:
"pequeninos fatos, percepções, sensações e emoções que se constituem a base e a matéria identificável da nossa existência"
Aqui fica a parte totalmente pessoal, pois são momentos e situações que a autora viveu, e que são o sabor da vida, nesta parte é uma escrita poética, não há parágrafos, somente uma seleção vasta de varias lembranças e sensações vividas, nada explicado, versos misturados sem sequer ter uma linha temporal.
Porém, confesso, que me fez pensar em que memórias eu escolheria para me recordar em um livro sobre a minha vida, coisas tão simples e cotidianas, mas que moldaram minha vida. Interessante reflexão.
“ficar contente pelo senhor que sorri enquanto caminha sozinho; lembrar-se do primeiro menino que a convidou para dançar num salão na Auvêrnia quando tinha doze anos (ele dezesseis e se chamava Rémy), e do seu cavaleiro, tempos depois, em Marcigny, tratado cerimoniosamente e que se chamava Noël e era dono de uma bela voz grave; deleitar-se com o timbre de um jovem contratenor inglês em O Messias; assistir, numa campina, a um eclipse parcial do sol com óculos apropriados e ficar ligeiramente decepcionada;”
Em Modelagem, a segunda parte, a narrativa se torna uma prosa, onde ela divide uma espécie de relato de sua vida, desde a infância, passando pela adolescência, vida adulta. Relatos que vão desde temas como ser feminista, casamento, vida profissional, aqui, tem ela nos contando sobre uma época que vivia na África, atuando em nome do governo francês, com a pesquisa no combate a epidemia da AIDS.
Eu senti que esta parte do livro foi uma leitura muito mais fluida, onde a autora nos relata sua experiência naquela época da vida, sua visão da situação e experiências que viu acontecer com outras pessoas, não é uma autobiografia, mas é seu ponto de vista sendo compartilhado sobre muitos assuntos importantes.
Era uma mulher feminista cercada de homens, que deixavam claro, que consideravam aquele trabalho e ambiente algo que pertencia a eles. E foi talvez a parte que mais se destacou.
Françoise, escreveu esse livro, já em uma idade avançada, e acredito, já lutando uma batalha, pois tem um ar um pouco nostálgico e melancólico, mas certamente ela me pareceu ser uma mulher que lutou pelo seu lugar de destaque no mundo e apreciou as pequenas alegrias da vida. O tempo de sua vida é marcado por diversos momentos interessantes e marcantes.
Uma indicação para quem gosta de livros mais reflexivos e relatos de vida.
Espero que tenham gostado da indicação e até a próxima.
Interessante a forma como a autora escolheu dividir e escrever esse livro.
ResponderExcluirNa primeira parte, sem parágrafo... já li um livro assim.....e ecomo se fosse uma longa conversa. Pra mim por momentos foi um tanto quanto confuso.
Mas ler o que a autora pensa, sendo ela tão estudada e culta, é muito interessante
Pode não parecer, mas eu gosto muito desse estilo de livro. Ainda mais se ele vier em forma de poesia de vivência humana.
ResponderExcluirSei lá, o lance dos sentimentos, de colocar isso nas palavras sempre me foi muito agradável.
É como narrar a vida, com uma pontinha sim, de tristeza, nostalgia e até porque não, devaneios?
Já adorei saber e sim, se tiver oportunidade, é um livro que leria na hora!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Eu também não sei que momentos de minha vida colocaria em um livro. Recentemente li um livro do Braulio que antes de seis poemas ele contava um pouco de sua história eu gostei e por isso anotei os dois dessa autora, pois pelo que entendi é melhor ler o anterior a esse.
ResponderExcluirOlá! Gostei dos títulos que dividem o enredo, só eles já são bastante reflexivos, parece ser uma leitura bastante sensível, afinal tem um toque de situações vivenciadas pela autora.
ResponderExcluirVivian!
ResponderExcluirParece um daqueles livros que nos faz refletir sobre nossas vidas e um tanto triste, diante das experiências vividas pela autora.
cheirinhos
Rudy
Não conhecia esse livro, mas mesmo sendo reflexivo, não parece ser cansativo e sim nos fazer pensar sobre diversos assunto. Boa opção para ler em diversos momentos.
ResponderExcluirMais um para a compra, bem reflexivo e tocante, vale a pena ler nas férias.
ResponderExcluirNão conhecia o livro.Um livro de memórias onde a autora tece uma narrativa que parece conter uma certa nostalgia.
ResponderExcluirOi, Vivian!
ResponderExcluirNão costumo ler livros do tipo reflexivos, e livros que relatos da vida não faz mru estilo de leitura... Provavelmente por isso não me interessei por Ao Sabor do Tempo.
Bjos!