A Traição de Camelot - As novas lendas de Camelot, Livro 02 - Kiersten White

Título: A Traição de Camelot

Autor: Kiersten White

Páginas: 416

Ano: 2021

Editora: Plataforma 21

Gênero: Aventura, Fantasia, Jovem adulto

Adicione: Skoob

Onde Comprar: Amazon

Nota:  

Sinopse: Em Camelot, tudo parece em ordem: o Rei Arthur está formando alianças e expandindo a influência do reino, com a Rainha Guinevere ao seu lado. Todas as noites, no entanto, sonhos sombrios e um poder desconhecido atormentam a jovem. Guinevere pode ter aceitado seu novo papel, porém ainda sente que não encontrou seu lugar. Conforme ela se aproxima das pessoas ao redor, vai se percebendo vazia – Brangien e seu amor por Isolda; Lancelote, que luta para provar valor como cavaleiro; e há também Arthur, que é tudo para seu povo e, portanto, nunca o suficiente para Guinevere. A jovem não tem memórias da infância, e nenhuma ideia de quem era antes de se tornar Guinevere. E quanto mais tenta se reconhecer como rainha, mais acredita que Mordred pode estar certo: ela não pertence àquele lugar. Nunca vai pertencer. Quando um resgate falha e resulta na morte de algo precioso, uma Guinevere devastada retorna a Camelot, onde encontrará a maior ameaça de todas. Não se trata da Rainha das Trevas ou de um exército invasor, mas a irmã mais nova da verdadeira Guinevere. A farsa terá chegado ao fim? E quem, afinal, ela está enganando: Camelot ou a si mesma?

Resenha:

“- Ah, sim. Essa história. Isso é o que acontece quando os homens contam nossas histórias. Você quer ouvir a história verdadeira?”

Olá praticantes de Livroterapia.

Prontos para mais uma indicação de Fantasia por aqui? Sei que temos algumas leitoras do blog que já ficam querendo mandar a listinha delas de desejados para mim hahaha

Hoje eu vou falar um pouco da minha experiência de leitura de A Traição de Camelot,  segundo livro da trilogia As novas Lendas de Camelot, da autora Kiersten White, uma trilogia de fantasia que para alegria de todos, já está totalmente publicada n Brasil, pela Plataforma 21.

Com edições lindas, esses livros já estariam na minha lista de desejados só por isso, mas ainda tem muitos outros motivos, tais como: serem releituras das lendas Arturianas, das quais sou fã, e sempre sou fisgada pelas histórias.

O primeiro livro é A Farsa de Guinevere, e cuja resenha já temos por aqui, para conhecerem um pouco mais do livro, basta clicar na imagem abaixo:

Por se tratar de um livro de uma trilogia a resenha a seguir possui spoilers do primeiro livro, mas tentarei minimizar ao máximo.

No primeiro livro conhecemos a jovem Guinevere, que vai de encontro ao seu noivo prometido, O Rei Arthur, para se tornar sua esposa e aliada contra as forças da Rainha das Trevas e que possui um segredo.

Somente Arthur conhece seu segredo, para sermos totalmente honestos com Guinevere, apesar de ela ter ainda mais segredos, ela não os conhece! E parte da jornada dela no segundo livro é justamente tentar descobrir o que foi lhe escondido.

Vejam bem, neste mundo, temos a famosa lenda de Camelot, mas como em todos os livros da autora, ela bebe faz fontes originais da lenda, e recria a sua bel vontade de criatividade. Sendo assim, temos muita coisa diferente...

Começando pela magia, aqui todos sabem que existe magia, um dia ela existiu por todos os reinos, A Rainha das Trevas, nada mais é do que a senhora da natureza selvagem, do povo das fadas, e assim como ela, houve muitas criaturas fantásticas, dragões, fadas, criaturas ainda mais selvagens e feiticeiras e magos...

Porém, apesar da magia ter tornado a existência de Arthur possível, e ele ter ao seu lado Merlim, ambos decidiram que a magia era caótica e má e por isso foi banida. 

Aqueles pegos usando magia, não importa por quais motivos deveriam ser mortos, o que colocou em perigo, bom principalmente as mulheres. 

“- Não estou no escuro quando estou protegendo a senhora...”

Então imaginem a surpresa que foi ver que Guinevere, era ela mesma uma usuária de magia, mandada por Merlim para ajudar Arthur a lutar contra os inimigos que gostariam de ver A Rainha das Trevas ressurgir!

E foi tentando proteger Arthur de seus inimigos que Guinevere descobriu que existem muitas maneiras de arriscar sua vida e coração.

“- Não estar do lado de Arthur não significa ser maligno...”

Primeiro ao se casar com Arthur, a que devota sua lealdade mas espera algo mais, e segundo ao conhecer Mordred, sobrinho de Arthur, que devota a ela atenção e lhe mostra algo que ela sequer deveria desejar, e terceiro... Bom, ela acaba conhecendo outros personagens cujas vidas acabam se entrelaçando a dela, Brangien, Isolda, Sir  Tristão, Lancelot...

E levada a uma escolha que destroçou seu coração, no final do primeiro livro, ela se viu tendo que escolher entre o que ela acha certo e aquilo a que deseja.

“- Tento ser astuta, e funciona, mas isso causa muito estrago.

- Ah, sim, esse é o preço da astucia.”

O que nos leva ao segundo livro, onde Guinevere precisa lidar com as conseqüências de suas escolhas, erros e acertos.

Agora mais do que nunca ela precisa ser vigilante, A Rainha das Trevas está ganhando novamente poder, ela e Arthur estão lidando com a traição de alguém em quem confiavam e amavam, e ela começa a se sentir inútil.

Desejosa de provar sua importância, ela se ressente do papel que deve desempenhar publicamente: unicamente a de Rainha, quando ela quer estar ao lado de Arthur em suas lutas. 

E quando ela menos espera, a chegada de sua “irmã” mais nova, prova ser um grande perigo para ela e para Arthur. Será que a jovem é quem diz ser? Ou mais uma manipulação da Rainha das Trevas, que busca desmascarar Guinevere para todos em Camelot?

Este livro é ainda mais focado em Guinevere, pois, ela precisa encontrar equilíbrio entre o que ela deseja para si e o que é esperado dela. Principalmente por carregar uma culpa e começar a abrir os olhos, vendo tudo o que foi tirado dela e escondido, como algo que a torna incompleta.

Eu adorei o livro, a principio pensei que a trama não estava evoluindo focando muito em certos dramas de Guinevere em especifico, mas ao chegar ao final senti que conseguiu evoluir a trama em muitas direções, já que Guinevere precisou enfrentar diversas situações, suas ações a levaram buscar algumas verdades. E não foi nem um pouco o que ela esperava.

Definitivamente uma história que faz jus ao nome do livro, temos uma trama repleta de segredos, manipulações, traições e uma busca por aquilo que Guinevere mais deseja: Se conhecer, conhecer a verdade, ser alguém real.

Apesar de o foco ser na protagonista, a trama de Kiersten trabalha dando espaços a personagens secundários, e suas histórias, desejos, sonhos e amores, vão se entrelaçando ainda mais na jornada de Guinevere, apesar de ter sentido, Arthur muito distante da ação principal, quando aparece é sempre uma força, Lancelot, Mordred e uma nova personagem surgem com força total, e forçam Guinevere a lidar com muitas emoções. O que eu amei.

Senti-me muito melhor ao ler este livro, porque eu terminei o primeiro sentindo que tinha confiado no personagem errado, porém, para a minha alegria, a teoria que formei no primeiro livro estava correta, apesar do que houve no final, meu coração depositou a fé no personagem correto e eu estava certa em desconfiar de tudo sobre outro personagem chave!!! Que alivio.

“- Queria que você ficasse comigo – murmurou.

- E agora você sabe como eu me sinto...”

E se já não bastasse isso para adorar este livro. Temos Morgana!!! E assim, como todos os demais personagens, Kiersten recriou totalmente a história de Morgana, pegou algumas coisas das lendas mais clássicas e tornou ela uma personagem muito interessante. Mal posso esperar por mais dela no ultimo livro.

“- Meus doces e tolos meninos. Meu irmão roubado de mim e meu trágico filho. Você ainda pode acabar levando os dois à morte...”

Bom, eu poderia falar muito da história em si, e sei que não estou falando praticamente nada, porém, tudo isso é para que vocês leiam, e se surpreendam como eu. Foi um ótimo livro de ligação e espero que o ultimo livro seja incrível e responda as questões que ficaram após a decisão no final deste livro!

Uma indicação para quem ama fantasia, protagonismo feminino, tramas cheias de reviravoltas, personagens cheios de dualidades e complexos, nem heróis, nem vilões, mas capazes de se sacrificar e também de tomar decisões questionáveis.

“- É isso o que significa ter poder – declarou Arthur – Você toma as melhores decisões que estão ao seu alcance, e existem conseqüências. Sempre existem conseqüências. E, em geral, não é você quem sofre. São outras pessoas. Você precisa aceitar isso, conviver com isso, e seguir beneficiando o máximo de pessoas da melhor forma possível.”

É uma fantasia que fala sobre o peso da responsabilidade atrelada à liderança e ao poder, e onde nada é exatamente o que parece ser, afinal, histórias e lendas costumam ser contadas pelos lados vencedores.

Espero que tenham gostado da indicação e até a próxima.