A Memória de Babel - A Passa Espelhos, 3 - Christelle Dabos

Título: A Memória de Babel - A Passa Espelhos, 3 

Autor: Christelle Dabos

Páginas: 400

Ano: 2020

Editora: Morro Branco 

Gênero: Fantasia, Jovem Adulto, Literatura Estrangeira.

Adicione: Skoob

Onde Comprar: Amazon

Nota: 

Sinopse: Terceiro volume da série best-seller A Passa-Espelhos, com mais de 750.000 cópias vendidas só na França.

Ophélie está isolada na arca de Anima há quase três anos, onde vive uma existência sem emoções. Mas, encorajada por novas revelações do livro de Farouk e por um segredo que pode ser a chave entre passado e futuro, é chegada a hora de agir.

Sob uma identidade falsa, ela viaja até Babel, uma arca ultramoderna e cosmopolita, habitada pelos mais suspeitos residentes. Composta por mais de mil ilhas e conhecida como “a joia do universo”, a arca esconde inúmeras armadilhas atrás de seus rígidos regulamentos.

Ophélie precisa usar todas as suas forças para superar uma rede de mentiras e intrigas cada vez mais ameaçadora. Suas habilidades como leitora serão suficientes para enganar seus inimigos? Conseguirá ela seguir os rastros de Thorn?

Resenha: 

"— Quem semeia vento colhe tempestade."

Olá praticantes de Livroterapia! 

A indicação de hoje é A Memória de Babel, o terceiro livro da série A Passa-Espelhos da autora francesa Christelle Dabos, que no Brasil é publicada pela editora Morro Branco.

Começarei falando sobre o livro em si, a edição é maravilhosa, diagramação e projeto gráfico impecável! Qualidade do papel, os cuidados na escolha das fontes, tudo para deixar uma leitura bem confortável! Eu amo demais os mapas e artes dessa série de livros!

Nós já temos resenhas dos dois primeiros livros, Os noivos do Inverno e Desaparecidos em Luz da Lua, para conhecerem um pouco mais da minha experiência de leitura deles, basta clicar nas imagens abaixo:

 

Por ser um livro de série, a resenha a seguir pode conter spoilers dos livros anteriores, mas tentarei deixar o mínimo possível, apenas para contextualizar a resenha.

Nos livros anteriores…

Conhecemos Ophélie, nossa protagonista, que é uma residente da arca Anima, ok! Vamos dar uma relembrada geral. 

O mundo de Ophélie, pode parecer levemente o nosso mundo, muito levemente! Em algum ponto da história mundial, os seres humanos através de guerras e conflitos, destruíram o mundo, mas não sabemos detalhes! Eu tenho minhas teorias divergentes! 

Após um rasgo no mundo, ou um grande evento cataclísmico, o mundo de fragmentou. Neste pontos 20 entidades poderosas, conhecidas atualmente como os espíritos familiares, ergueram arcas suspensas, feitas de pedaços do mundo que estava se partindo e ali, criaram suas descendências humanas. 

As arcas possuem relações complexas entre si, como comércio, mas cada povo tem suas características fantásticas (herdasse do seu espírito familiar e ancestral), e seus espíritos familiares, são como deuses.

Ophélie é uma animista, capaz de animar objetos como a maioria das pessoas de sua arca, e além disso possui dois poderes peculiares: ela lê objetos, podendo conhecer através do toque a história do objeto e de quem o tocou e ela atravessa espelhos! Sim, como o nome da série!

Seus poderes acabaram por a levar a jornada emocionante de sua vida que incluiu no primeiro livro: Um arranjo de casamento com Thorn, e ser levada para outra arca, onde precisou aprender a sobreviver em uma corte cheia de intrigas, mistérios e perigos.

No segundo livro, o relacionamento dela e Thorn, que a princípio era apenas um acordo totalmente sem sentimentos, mudou! E como mudou! Assim, como ela acabou se vendo envolvida em investigações de mortes e sumiços estranhos, chamou para si a atenção dê Farouk o espírito familiar da Arca Polo, e para quem o noivo trabalha, e bom… muita coisa aconteceu!

Inclusive: prisões, nascimentos, mortes e sentimentos complicados emergindo de seu coração!

Mas o livro termina com ela sendo banida da Arca Polo, com Thorn desaparecendo e algumas desgraças exóticas acontecendo em sua vida! Ah é claro, que o casal também desperta a atenção de um inimigo poderoso, se vê no meio de um segredo que muitos desejam que seja mantido em segredo para sempre e que os considera perigosos para essa causa!

Não fui muito clara? É que tanto dessa história me pegou de surpresa na leitura que vocês precisam ler!

Em A Memória de Babel, a trama começa dois anos e sete meses após o final do segundo livro.

Ophélie está em um estado lastimável de desânimo, solidão e confusão.

Thorn desapareceu, mas não sem antes dizer algo que ela (e eu!) não consegue esquecer:

“Por sinal: eu te amo.”

Podem imaginar como está difícil a vida de Ophélie,  até que seu amigo Archibald, consegue chegar até ela após anos tentando e a ajuda a escapar de sua arca, onde era mantida sob forte vigilância!

É aí que Ophélie se joga em uma busca por Thorn, e para desvendar os segredos sobre ****, ela parte para a Arca de Babel, que é comandada por dois Espíritos familiares, os gêmeos Pollux e Helene. 

Acreditando que lá, está pistas de onde pode estar Thorn, e de tudo o mais. 

Para isso, ela precisa se disfarçar e assume uma nova identidade, se torna aluna de um colégio, para conseguir um cargo importante, sofre com bullying, solidão, atentados a sua vida e saudade de Thorn, assim como medo de nunca o ver, (mas ela não se permiti reconhecer os últimos sentimentos em questão)

Não posso falar mais nada do livro, é uma trama muito intricada e tudo é spoiler!

Por isso vamos a minha experiência de leitura.

Os dois primeiros livros eu adorei demais, o segundo foi muito dinâmico e o melhor para mim, então estava com as expectativas altíssimas!

E foi difícil ler a primeira metade do livro: Ophélie demora demais para fazer qualquer coisa útil! E para isso, preciso dizer que é algo que vejo como estilo de escrita da Dabos, ela tem um ritmo bem lento em seus livros a princípio, ela vai mostrando a realidade de cada arca e apresentando novos personagens e situações, não é que seja ruim a história da primeira metade do livro, eu só queria que fosse menos extensa essa parte, mas Ophélie não consegue nada de mão beijada, ela demora a fazer progressos, e acaba sofrendo na mão de vários personagens que são empecilhos! )E preciso confessar que ela ter que lutar pelo que deseja é ótimo, não tem nada de personagem principal que do nada se torna um expert em desvendar crimes e mistérios, quando dois segundos atrás nem sabia da existência de algo a ser desvendado!)

Ai temos então a reviravolta na fluidez do escrita na segunda metade, assim que Ophélie não se vê mais sozinha e sem um rumo específico, ela se sente mais confiante e as investigações avançam. Algo interessante é que muitas coisas que acontecem no começo do livro acabam não sendo inúteis, e sim, detalhes que ajudaram a termos uma compreensão mais ampla do que está acontecendo, e apesar de Ophélie demorar muito para usar o cérebro e os poderes de forma consciente, quando acontece eu vibrei!

“— Tem certeza que não tem nada a me dizer? Pega desprevenida, Ophélie continuou segurando a maçaneta. Uma faísca piscou no fundo dos olhos de Thorn.— Você sabe onde me encontrar— falou, finalmente, fazendo sinal para que ela saísse.”

Os últimos capítulos foram excelentes, detalhes foram se encaixando, assassinos foram descobertos, pessoas reencontradas, e deu até uma alegria a um coração que achava que ia só sofrer e não ter um pinguinho de felicidade lendo!

“— Aviso logo. As palavras que me disse… não vou deixar que volte atrás.”

E o final? Porque Dabos faz isso? Coloca aquilo acontecendo ao mesmo tempo que outras duas coisas importantíssimas estão também acontecendo em pontos diferentes?

“— Cinquenta e seis. É a quantidade de cicatrizes que tenho.

— Me mostre.”

Obviamente, para nos fazer ficar ansiosos e desejosos do último livro da série!

E é assim que fiquei!

Não gostei muito do começo do livro, mas entendo que este livro foi um livro de ligação entre os dois primeiros e preparou o terreno para o final! E talvez eu tenha estado muito ansiosa para alguns acontecimentos específicos do livro e o ritmo lento do início me deixou mais ansiosa, porque nos outros livros o ritmo foi assim mesmo e não me incomodou em nada! É talvez tenha sido eu mesma que estava impaciente, mas Ophélie, oscilou muito, porém, continua sendo uma personagem que chama atenção! Terminei a leitura adorando, e perdoando o ritmo lento porque tudo valeu a pena!

E agora paro por aqui e vou ler o último livro!

Indico para todos que gostam de livros de fantasias, distopia com elementos fantásticos e tramas intricadas, com jornadas de personagens complexos e reflexivos. 

Até a próxima!