Christine - Stephen King

Título: Christine

Autor: Stephen King

Páginas: 616

Ano: 2013

Editora: Suma de Letras 

Gênero: Suspense e Mistério, Terror

Adicione: Skoob

Onde Comprar: Amazon

Nota:   

Sinopse: Arnie Cunnigham era um fracassado. Cheio de espinhas, magrelo e desajeitado com as garotas, o garoto passava os dias pelos corredores da escola, tentando fugir da gozação dos colegas. Isso até Christine entrar em sua vida. Foi amor à primeira vista. Desde então, o mundo passou a fazer sentido. Tudo o que Arnie queria era ficar perto de Christine. Mas não espere um novo Romeu e Julieta, afinal, estamos falando de Stephen King. Christine é um carro. Um Plymouth Fury 1958. Um feitiço sobre rodas que se apodera de Arnie e o transforma. Há algo poderosamente maligno solto pelas estradas de Libertyville. Uma força sobrenatural que vai deixando um rastro de sangue por onde passa.

Resenha:

“Quão ruim foi? Foi ruim desde o começo. E se tornou pior rapidamente.”

Olá praticantes de Livroterapia, aqui estamos com a nossa resenha do King de todo mês!

Dessa vez, eu reli um dos clássicos do mestre Stephen King, e vim aqui dividir minha opinião, sobre um dos livros do King que tem um dos melhores finais. 

Christine, é um clássico do terror, lançado no ano de 1983 (por acaso, o belíssimo ano do meu nascimento), e fez tanto sucesso que sua adaptação cinematográfica, acredito que saiu no mesmo ano.

A minha edição é da Editora Suma de Letras, de 2013, a capa dela é maravilhosa, assim como a diagramação e tradução.

Algo que já adianto: eu amo que tem muitas referências musicais no livro, trechos de musicas nos inícios dos capítulos o que me lembra de que a trilha sonora do filme é excelente

Temos uma trama que se tornou muito conhecida, um carro assassino aterrorizando uma pequena cidade. Podem imaginar que eu torci o nariz para esse livro por anos? A minha primeira leitura dele já foi quase adulta, gostei, mas ao reler ele gostei muito mais, não consigo explicar, atualmente com a minha maturidade e gosto mais definido pude apreciar muito mais a criação da trama, a escrita descritiva e os personagens complexos e por isso, não me importei como a primeira vez com o problema de um objeto ter poderes sobrenaturais.

No livro vamos conhecer a vida de Arnold Cunnighan, um jovem nerd, magricela, (que no livro é descrito como não muito alto, mas isso é bem relativo hahah), passando por uma adolescência onde espinhas, bullying escolar, e uma família repressora, são o seu cotidiano. 

Arnie, como é conhecido tem um melhor amigo de infância o oposto dele Dennis Guilder, ele é atleta, bonito, popular e defende o amigo sempre. 

É ao lado do amigo em uma volta para casa um dia que a vida de Arnie vai mudar para sempre.

“Então, perto do fim daquelas férias de verão, Arnie viu Christine pela primeira vez e se apaixonou por ela... Meu irmão, ele gamou, gamou feio. Até podia ter sido gozado, se não fosse tão triste, se aquilo não tivesse ficado assustador tão depressa como ficou. Podia ter sido engraçado, se não tivesse sido tão ruim...”

Christine, obviamente não era uma garota e sim um carro Plymouth Fury 1958, em péssimo estado que causou arrepios em Dennis e paixão em Arnie, a partir daquele momento Arnie, passou lentamente por uma transformação. Enquanto restaurava Christine, fisicamente, emocionalmente e mentalmente ele mudou, e nem preciso dizer que nem todo mundo poderia dizer que foi tudo para melhor.

Mas Arnie, conseguiu, uma namorada, e se impôs muito mais tanto para sua família, como para as demais pessoas que existiam em sua vida, é claro, que estamos falando de um livro do King, então tudo começou a dar errado muito rápido. Pessoas começaram a morrer de forma macabra e violenta, um detetive começou a desconfiar de Arnie, a relação deste como o melhor amigo e família, estava emuma ladeira...

“Ele parou na calçada por um momento, primeiro contemplando as estrelas, depois Christine, estacionada no outro lado da rua, esperando fielmente. Ela jamais discutiria nem reclamaria, pensou Arnie. Nunca faria exigências. Pensou também que poderia entrar nela a qualquer hora e repousar no estofamento macio, seu calor. Ela nunca se recusaria. Ela... ela... Ela o amava.”

O interessante é que a narrativa é dividida em três partes: E no caso não é o protagonista que narra, não... Temos duas partes narradas por Dennis, (o melhor amigo de Arnie e preciso dizer um narrador não confiável, que narra à primeira parte e a última.)

“Sentia uma antipatia intensa. Considerou que era ridículo se sentir daquela forma em relação a um objeto inanimado, porém a antipatia estava ali, forte e indiscutível, como um caroço em sua garganta.”

E a segunda parte (e a que considero a mais explicativa, narrada em terceira pessoa).

O livro é um calhamaço, mais de 600 páginas, o começo é um pouco lento, e King nos leva aos pouco na trama, ele vai descrevendo tudo e todos, e isso acaba sendo bem importante, pois todos os personagens e suas ações, até mesmos algumas pequenas e aparentemente aleatórias, servem para nos ajudar a mergulhar na história e compreender a história e o que aconteceu.

Eu gostei muito do final, aliás  do livro todo, mas como os finais do King possuem algumas controvérsias, preciso dizer que desse eu gostei.

É uma clássica história de terror muito bem escrita, com momentos de tensão reais e uma dose boa de sobrenatural.

Indico para todos que amam um terror clássico, personagens interessantes e a sempre imbatível historia do bem contra o mal que Stephen King, ama e sabe muito bem escrever.

Espero que tenham gostado da indicação do King do mês e até a próxima.

Curiosidades do Kingverse

Pensaram que não ia ter nada? Jamais!!!

🚘 - Christine é mencionada em It, A Coisa.

🚘 - Temos uma menção ao Brasil neste livro!

🚘 - Christine não se passa no Maine, e sim em uma cidade chamada Libertyville, na Pensilvânia. Um choque, mas às vezes o King escreve sem envolver o Maine, só que agora não consigo me lembrar de muitos exemplos hahahah...