Autor: Brandon Sanderson
Páginas: 576
Ano: 2012
Editora: Leya
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:
Resenha:
Ano: 2012
Editora: Leya
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
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Nota:
Sinopse: O príncipe Raoden, de Arelon, foi um dos tocados pela maldição que o levou a viver, ou a tentar sobreviver, em meio à loucura e maldições da cidade caída que, desde a maldição, tornara-se um cemitério para os que foram amaldiçoados. Prestes a se casar com Sarene, filha do rei de um país vizinho de Arelon – uma mulher que nem chegou a conhecer pessoalmente, mas que, mesmo com um casamento politicamente forçado, passou a conviver por meio de cartas – o príncipe é dado como morto, uma situação que parece ser irremediável, mas que precisa de explicações. E são esses mesmos esclarecimentos que Sarene procura ao chegar em Arelon e descobrir que tornara-se viúva antes mesmo de conhecer seu marido. E a partir daí começa a entender que terá que tomar conta de tudo sozinha, principalmente de um homem chamado Hrathen, um dos mais poderosos nobres, que está disposto a substituir o rei Iadon, pai de Raoden, para poder converter o país à religião Shu Dereth. Elantris, que intercala capítulos sobre Raoden, Sarene e Hrathen, é uma obra cheia de energia e histórias fantásticas que não permite que o leitor pense em outra coisa, senão, na cidade de Elantris e suas maldições.
Épico que fala, né?
Gente! Hoje vamos conversar sobre a obra de um dos escritores de high-fantasy vai importantes da atualidade: Brandon Sanderson. Elantris é o romance de estreia do autor e só digo que esse homem nasceu pra escrever. Segue comigo!
"O colapso de Elantris fora um catalisador, mas a ganância da nobreza fora a real destruidora desta que certa vez fora uma grande nação".
Elantris diz respeito à antiga cidade dos Deuses (ênfase para o passado) situada no reino de Arelon, que após um acontecimento mítico conhecido como Shaod, viu toda a sua população, outrora com beleza extraordinária e dotada de poderes, sucumbir dentro das muralhas.
Todos aqueles amaldiçoados pela Shaod são jogados em Elantris para morrer, e é isso que acontece com o herdeiro do trono de Kae (cidade construída após a queda de Elantris), Raoden, que acorda um dia no palácio e percebe que sua pele está cheia de feridas.
"Raoden abanou a cabeça em descrença. A Shaod era uma coisa que acontecia com os outros - com pessoas distantes. Com gente que merecia ser amaldiçoada. Não com o príncipe herdeiro de Arelon. Não com Raoden".
Em pararelo, acompanhamos a futura noiva do jovem, Sarene, que ao desembarcar na cidade recebe a notícia de que Raoden morreu, porém é seu dever como "esposa" permanecer no palácio com o título de "viúva". Mas Sarene está pra lá de empenhada em investigar melhor essa suposta morte do seu prometido.
Temos ainda um terceiro ponto de vista focado em Hathren, um monge enviado do reino inimigo de Fjorden para converter os cidadãos de Kae ao Jaddeth, religião que tem como porta voz o misterioso governante do reino antagônico, Wyrn. Hathren não mede esforços para pregar a palavra no reino estrangeiro, contudo vai descobrir que sua missão não será nada fácil.
"Desta vez, com o poder do chamado santo Jaddeth por trás, Fjorden venceria. Então, com toda a humanidade unida sob o governo de Wyrn, Jaddeth poderia se erguer de Seu trono sob a terra e reinar em gloriosa majestade.
A partir desses três arcos vamos sendo introduzidos nesse mundo extremamente rico criado por Sanderson. Como uma boa fantasia do gênero exige, aqui temos um aspecto religioso muito bem fundamentado e complexo, intrigas políticas, estratégia e conceitos fantásticos originais.
Embora seja seja uma leitura lenta pela densidade de informações que são jogadas a todo o momento, ao poucos vamos nos adaptando e se torna impossível não querer saber o que acontece em seguida. Muitas perguntas vão surgindo à medida que as páginas avançam, sendo que a mais instigante é a causa que culminou na queda de Elantris.
Quanto aos personagens, Sarene is the baddest bitch in the house! Ao contrário de muitos livros do gênero, a princesa é empoderada e decidida, sem contar que não é descrita com aquele padrão de beleza que a gente até já decorou. Magra e com pouco busto, Sarene toma as rédeas da economia de Kae e por conta disso acaba enfurecendo a realeza e os nobres detentores de poder no reino, entre eles Iadon, pai de Raoden.
"A verdade é que nenhum homem quer uma esposa inteligente".
Ahhhh e eu adorei os bichinhos de estimação que esses povos têm: seons. Nada mais são do que bolas de energia flutuantes, que conversam com seus donos e ainda funcionam como uma espécie de skype hahahaha. Ashe, seon de Sarene, é um personagem muito carismático e eu adorei a interação entre os dois.
Raoden, por sua vez, é um típico mocinho. Ao ser jogado para além das muralhas de Elantris, nosso príncipe descobre que existe uma guerra de gangues ocorrendo no território, e ao lado de Galadon, um estrangeiro que o ajuda em seu primeiro dia como "morto", se torna empenhado em transformar a cidade. Galadon é um personagem sensacional e bastante irônico, e ressalto ainda que o autor foi muito além em questão de representatividade racial, o que deixa a leitura ainda melhor.
"Uma massa de miseráveis gemendo é uma coisa, uma legião de monstruosidades imortais é outra".
Entre os arcos, contudo, Hathren rouba toda a cena. Suas tentativas de tentar converter o povo de Kae e dominar o reino de Arelon em nome de Wyrn rendem muitas cenas de ação. Ademais, com o avançar da história é interessante testemunhar o monge começar a duvidar de suas próprias crenças, de modo que Brandon faz uma crítica muito pertinente em relação às manipulações da igreja.
"Você descobrirá que o ódio pode unir as pessoas com mais rapidez e fervor que a devoção".
Vale ressaltar, pra quem ainda não teve contato com as obras do autor, que Elantris faz parte do Cosmere, universo compartilhado por várias séries de Sanderson, como Mistborn e The Stormlight Achieve. Por conta disso, a experiência acaba indo muito além porque podemos pegar alguma referência de outra série ou ainda se deparar com personagens de outros planetas (na Cosmere, cada planeta diz respeito a uma série diferente, sendo que Elantris se passa no planeta Sel).
Segundo o próprio autor, em algum momento todas as séries pertencentes ao universo vão se juntar num super cross-over. A ideia é introduzir o conceito de viagens interplanetárias que irão permitir a união dos personagens e encontros estrondosos entre figuras de poder, pois em cada planeta temos habilidades específicas. VOCÊS ESTÃO OUVINDO MEUS GRITOS? Brandon Sanderson é um gênio!!!
Voltando ao livro (como não se dispersar com tanta informação?)...Elantris se consolida como uma fantasia incrível repleta de reviravoltas, que nos prende também pela excelente construção dos personagens. E como o autor não faz perguntas que não sabe responder, tudo se conecta de forma grandiosa e as respostas nos são entregues sem pontoas soltas.
Sinto que daria muito bem pra ter uma sequência, contudo como se passaram vários anos vamos ficar só querendo mesmo. MAS, quem sabe num futuro próximo esses personagens não aparecem no tão esperado cross-over?
Até a próxima resenha!
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