A Lista de Brett - Lori Nelson Spielman

Título: A Lista de Brett 

Autor: Lori Nelson Spielman

Páginas: 364
Ano: 2014
Editora: Verus 
Gênero: Chick-lit; Romance 
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:   

Sinopse:  Brett Bohlinger parece ter tudo na vida – um ótimo emprego como executiva de publicidade, um namorado lindo e um loft moderno e espaçoso. Até que sua adorada mãe morre e deixa no testamento uma ordem: para receber sua parte na gorda herança, Brett precisa completar a lista de sonhos que escreveu quando era uma ingênua adolescente. Deprimida e de luto, Brett não consegue entender a decisão de sua mãe. Seus desejos adolescentes não têm nada a ver com suas ambições de agora, aos trinta e quatro anos. Alguns itens da lista exigiriam que ela reinventasse sua vida inteira. Outros parecem mesmo impossíveis. Com relutância, Brett embarca numa jornada emocionante em busca de seus sonhos de adolescência.

Resenha:

Uma intervenção de vida.

Caros! Existe alguém nesse mundo que não gosta de chick-lit? O gênero tem o poder de nos divertir, ao mesmo tempo que deixa várias mensagens importantes para reflexão. Será que com essa obra também foi assim? Vamos ver!

Brett não esperava receber a notícia de que sua mãe faleceu; muito menos a carta que foi deixada pela mesma dizendo que a filha só poderia ser acesso à sua parte da herança se cumprisse a lista de sonhos, que foi escrita há anos atrás, quando Brett era mais inocente e não tinha medo de sonhar. 

Bem estabelecida profissional e romanticamente, a protagonista se vê completamente perdida, porém não tem outra opção senão embarcar nessa difícil tarefa, cujos desdobramentos a farão enxergar (e resgatar) uma outra versão de si mesma. 

Eu já imaginava, ao pegar este livro para ler, que teria uma experiência divertida com a história, uma vez que as protagonistas do gênero costumam ser engraçadas e atrapalhadas, não sendo diferente com Brett. A executiva, que estava acostumada a ter tudo sob controle, simplesmente começa a surtar diante dessa peculiar missão, ainda mais quando descobre que seus irmãos tiveram acesso direto à herança e ela não. 

"Eu ergo o porta-retratos. Seus olhos me dizem que estou perdoada por ter gritado com ela. Uma pressão se acumula atrás dos meus olhos."

Como a relação de Brett com a mãe era muito profunda, os sentimentos da protagonista são quase palpáveis, numa mistura de luto, saudade e receio, afinal, a lista de sonhos teve um grande significado, que foi se perdendo à medida que Brett crescia e se desiludia com as realidades do mundo. 

Mas ao começar a cumprir cada item, Brett passa a perceber que alguma coisa está errada com a sua vida, e que sua mãe sempre soube disso. Confesso que a cada mensagem que era entregue à protagonista depois de cumprida uma tarefa, eu me emocionava. Mãe é mãe né gente, e elas possuem o poder de nos interpretar melhor do que qualquer pessoa. 

"Que diabos minha mãe tinha na cabeça?"

À medida que consegue seguir com a lista (e inundar sua casa com animais, objetos e outros itens peculiares), Brett também vai recuperando a confiança que tinha em si mesma, se tornando uma pessoa mais aberta e feliz. Muitas vezes achamos que estamos bem simplesmente porque temos estabilidade, mas às vezes essa mesma estabilidade (e a forma com a qual ela foi alcançada) é responsável por afastar nossa personalidade. 

Também temos um arco bem construído focado no romance, porém nem vou falar muito porque quero que todos você sejam surpreendidos assim como eu, uma vez que  Lori Nelson Spielman nos conduz por um caminho e do nada muda de direção (não sei porque eu usei uma metáfora, mas fez sentido na minha cabeça rsrsrsrs). 

"É engraçado como os lugares se tornam pessoas, como essa casa e sua antiga cama de ferro ainda me acolhem e me oferecem conforto quando preciso. Mas, ao contrário daqueles dias infelizes há quase dois anos, minha necessidade de conforto agora é rara."

Dessa forma, a autora combina os elementos certos para nos emocionar. Com os ares cômicos já comuns a qualquer bom livro do gênero, temos aqui uma história linda sobre a necessidade de olhar para si mesmo e resgatar aquela essência que não poderia nos caracterizar melhor.

Até mais!