Luz, Câmera, Ação! - The White Queen

Produtora: Starz
Ano do Término: 2013

Temporadas: 1

Gênero: Histórica, Drama

Elenco: Rebecca Ferguson, Max Irons, James Frain, Aneurin Barnard, Janet McTeer

Nota:     

Sinopse: Baseada nos livros A Rainha Branca, A Rainha Vermelha e A Filha do Fazedor de Reis de Philippa Gregory.

A trama relata uma disputa pelo trono da Inglaterra entre duas famílias de primos. Situada no período da Guerra das Duas Rosas, quando os Yorks, que representam a cor branca, e os Lancasters, que carregam a cor vermelha, travam uma guerra que dura 30 anos, a minissérie é apresentada sob a perspectiva feminina representada pelas personagens: Elizabeth Woodville, Margaret Beaufort e Anne Neville. A história tem início em 1464, quando a guerra está em seu nono ano. Os eventos finais continuam em The White Princess.

Atenção: por ser uma série baseada em fatos reais, essa resenha pode entregar alguns pontos importantes dos episódios. Leia se não se importar com spoilers.

Resenha:

The White Queen, série de televisão lançada pela Starz em 2013, cobre os acontecimentos da Guerra das Rosas, história da Inglaterra, onde temos  duas famílias, a Casa dos York e a Casa dos Lancaster, brigando pelo trono e sobre quem é o legítimo rei. Porém, a série é focada nas mulheres que foram pontos importantes dessa historia. Ou seja, como protagonista (a rainha branca), temos Isabel Woodville, rainha da Inglaterra e esposa do rei Eduardo IV da Inglaterra, Margarida Beaufort, mãe de Henrique VII, conhecido por ter fundado a dinastia Tudor, e Ana Neville, esposa do rei Ricardo III.

Acredito que Ana Neville teve pouco destaque na série, como o próprio nome diz, Isabel (Rebecca Ferguson) é a protagonista da série e todo o enredo gira em volta dela e do seu amor por Eduardo IV, que era da Casa York. Isabel foi casada e teve filhos antes de conhecer Eduardo IV, e isso é facilmente mostrado no início da série. Pela história, não se sabe ao certo como os dois se conheceram, mas há uma ideia por trás de uma emboscada de Isabel para confrontar o rei sobre assuntos de terras e herança.

Na série, há uma licença poética de que se apaixonaram desde a primeira vez em que se viram. Eduardo IV era jovem, porém, mulherengo, e ficou impressionado com a beleza de Isabel. Podemos ver isso no primeiro encontro dos dois. Isabel, recusando ser apenas uma amante, só aceitou ficar com Eduardo como esposa. E assim, se casaram e consolidaram os York no trono.

Faço parte de diversos grupos sobre a história da monarquia e muitas das pessoas que acompanham e estudam a história da Inglaterra dizem que The White Queen é bem fiel à história original. Claro que nada é tão fácil, a Casa Lancaster ainda não aceita um York no poder e forças contra o reinado de Eduardo IV começam a se mexer logo após o casamento dos dois.

É aí que entra Margarida Beaufort, para mim uma das personagens mais destemidas da história e interpretada brilhantemente por Amanda Hale, uma atriz de traços fortes que combinou muito com o modo sisudo e a fé quase cega da personagem. Beaufort sempre acreditou que seu filho, Henrique VII, foi escolhido por Deus para ser rei da Inglaterra, e faz de tudo (e usa a todos) para que sua ideia seja vista e realizada. Ela é a personagem que vai matar em nome de Deus, fazer maldade e dizer que sua religião a exime disso, porque os fins justificam os meios. Ela é o principal obstáculo de Isabel ao trono.

Mas Isabel tem uma poderosa aliada: sua mãe. No início da série, podemos ver que Jacquetta, interpretada por Janet McTeer, apoia a filha em todas as suas decisões e a cerca de conselhos sábios. Juntas, elas possuem certo fio de magia, que fica evidente no momento em que estão compartilhando um segredo na margem de um lago e Jacquetta pede para que Isabel enrole um pedaço de linha todos os dias: o que estiver na ponta indica seu destino. Na época, isso era visto como bruxaria, e a magia era proibida. Para mim, a verdadeira batalha acontece entre Jacquetta e Beaufort, ambas acreditam que seus filhos merecem o trono e ambas fazem tudo ao seu alcance para dar apoio a eles, Isabel e Henrique VII são apenas peões das mães. Ela, no trono, faz de tudo para fincar seus pés ao lado do marido, e Henrique VII ainda não possui idade o suficiente para entender realmente o que está acontecendo, mesmo que sua mãe tenha uma ideia quase obsessiva de falar que ele é o escolhido. 

Em meio a corte, The White Queen mostra explicitamente como era a briga por poder, como os reis poderiam ser facilmente manipulados pelos seus aliados, cada um ali visa o bem pessoal e a ganância rege as atitudes de cada um. Há alguns personagens chaves que são importantes na história da Inglaterra, como o Ricardo Neville, conhecido como "O Fazedor de Reis", que inicialmente apoiava  Eduardo IV e a Casa York, mas discutiu com o rei por não concordar com o casamento dele com Isabel, o monarca preferia que Eduardo casasse com forças da Europa. Acabou por se aliar depois à casa Lancaster e ajudou Henrique VII em sua acessão ao trono.

Apesar do poder estar nas mãos dos homens, são as mulheres, consideradas fracas e meras reprodutoras de crianças e herdeiros, que têm um papel muito importante em meio a isso tudo. Elas influenciam, são destemidas e aguentam cada tipo de humilhação para permanecerem irredutíveis em sua convicções. 

Com dez episódios com cerca de uma hora de duração e por ser uma série baseada em fatos reais, The White Queen não sai muito do óbvio — perfeita para os amantes de história — mas entrega um espetáculo de atuação, uma fotografia linda e um figurino impecável. Não esperava menos da Starz, que é responsável por diversas séries de mesma qualidade como Outlander, Black Sails e Spartacus.

Uma dica importante, a série The White Queen é baseada no livro de mesmo nome da autora Philippa Gregory, terceiro livro da série Guerra dos Primos. A autora possui vários livros sobre a história contada pelo ponto de vista das mulheres. Alguns reclamam que Gregory mexe muito com os fatos reais, mas eu não creio que isso seja, ruim, eu adoro livros assim, que mesclam fantasia e realidade!

Livros: A Rainha Branca
Autora: Philippa Gregory
Ano: 2012
Páginas: 434
Editora: Record

Eu sempre procurei essa série toda para ler, mas nunca a achei para comprar, se alguém souber onde vende todos os livros, me avisem!

A continuação dos eventos da série de televisão vocês poderão ver em The White Princess, em breve resenha dela também!