Autor: V.E. Schwab
Páginas: 560
Sinopse: Kell e Lila estão de volta nesta sequência de Um tom mais escuro de magia Quatro meses se passaram desde que a pedra sombria caíra nas mãos de Kell. Quatro meses desde que seu caminho cruzara com o de Delilah Bard. Quatro meses desde que Rhy fora ferido, que os gêmeos Dane foram derrotados e que a pedra fora enviada com o corpo moribundo de Holland, pelo portal, de volta para a Londres Preta. Em diversos aspectos, as coisas quase voltaram ao normal, apesar de Rhy ficar mais tempo sóbrio e de Kell estar sempre assolado pela própria culpa. Inquieto e tendo desistido dos contrabandos, Kell é frequentemente visitado por sonhos sobre acontecimentos mágicos de mau agouro, acordando apenas para pensar em Lila, que desapareceu no píer como sempre desejara fazer. Conforme a Londres Vermelha finaliza as preparações para os Jogos Elementais (uma competição de magia internacional e extravagante com o intuito de entreter e manter saudáveis os laços entre os países vizinhos), certo navio pirata se aproxima, trazendo velhos amigos de volta ao porto da capital. Mas, enquanto a Londres Vermelha está absorta em bajulações e nas emoções dos Jogos, outra Londres está gradualmente voltando à vida, e aqueles que se pensava estarem perdidos para sempre retornaram. Afinal, uma sombra que se esvai no meio da noite reaparece pela manhã, e tudo indica que a Londres Preta se ergueu novamente. Sendo assim, para manter o equilíbrio da magia, outra Londres deve perecer.
Para ler a resenha anterior, clica na imagem abaixo:
Atenção: por ser uma resenha do segundo livro da trilogia, pode conter spoilers do livro anterior.
Resenha: Os mundos estão desequilibrados. Após transportar a pedra da Londres Preta para as outras Londres, Kell acha que seus problemas acabam assim que o artefato perde toda a magia que está contida em si, sendo inutilizado e o perigo neutralizado, mas isso está longe de acontecer. A segurança e o equilíbrio dos reinos e dos mundo são tênues e, após sua irresponsabilidade, Kell é punido pelo rei: ele agora não é um filho querido da corte (nunca foi, na verdade), e sim um Antari a serviço dos Maresh.
Vigiado por dois guardas a cada passo que dá na Londres Vermelha, Kell continua o seu trabalho como correspondente dos mundos, mas evita a Londres Branca — a cidade com certeza está em guerra para decidir quem será o novo rei. Ao chegar na Londres Cinza, se depara com uma mudança de coroa inevitável, mas infeliz: o novo rei adora a magia que corre nas veias de Kell, e faz perguntas desnecessárias ao Antari. Isso poderia passar despercebido, como sempre passou desde que Kell visita a Londres Cinza, se o rei não levantasse uma questão: até que ponto a Londres dele pode ser completamente ausente de magia?
Kell é visto como o protagonista e responsável da Noite Preta, afinal, como a magia ruim entrou de forma tão brusca na Londres Vermelha, se o único que consegue ter contato com as outras Londres é o Antari que serve o rei? Kell precisa lidar com a sua própria culpa, a pressão de ter vinculado seu corpo ao do irmão e com os olhares desviados, alguns de desprezo, outros de medo.
"O que estava acontecendo com eles? Nunca haviam sido cruéis um com o outro. Mas dor e prazer não eram as únicas coisas que pareciam ser transferidas com o vínculo. Medo, aborrecimento, raiva: todos arraigados ao feitiço de ligação, reverberando entre eles, amplificando-se. Rhy sempre fora frívolo, mas agora Kell sentia o temperamento volúvel do irmão, a constante oscilação, e isso era enlouquecedor. A distância não significava nada. Eles poderiam estar lado a lado ou em Londres distintas. Não havia escapatória. Cada vez mais, o elo se assemelhava a uma corrente."
Em mares desconhecidos, Delilah Bard finalmente está a bordo de um navio em busca de aventuras como sonhou desde que era garota. Mas sua atual situação não é assim tão confortável. Em uma versão perfeita do seu sonho, Lila é a capitã de um navio imponente e de aspecto caro, faz saques sem consequências e é reconhecida como uma pirata temida. Bom... A garota navega agora no Night Spire e tem como capitão Alucard Emery, um homem astucioso, mas que guarda segredos tão bem quanto Lila. Apesar de ser considerada parte da tripulação, alguns homens não acham que o lugar de Lila é ali, parte pelo seu gênero, mas alguns enxergam algo mais. Lila terá que aprender a conquistar o seu lugar com algo que ela nunca deu a ninguém: confiança. E precisará explicar porque o seu inglês — um idioma considerado nobre — é perfeito.
"Uma vez a bordo do Night Spire , Lila mal dissera uma palavra (Kell teria ficado impressionado). Ela passava cada instante tentando aprender arnesiano, construindo um vocabulário —, mas, apesar de estar absorvendo rápido, ainda era mais fácil apenas ouvir do que participar."
Navegar ao lado de Alucard Emery é uma experiência rica que Lila percebe adorar: o capitão desbrava os mares como um corsário com a proteção da realeza, a leva para lugares que ela nunca imaginou existir — até mesmo um mercado clandestino — e ensina Lila a controlar sua magia, que está crescendo a cada dia.
Mas seu capitão precisa voltar e pisar novamente, depois de tanto tempo, na Londres Vermelha. Convocado a participar d'Os Jogos Elementais (o Essen Tasch), que acontece de três em três anos na cidade do último vencedor e reúne os melhores magos dos reinos, Alucard figura entre eles, e tem negócios inacabados na cidade...
Isso surpreende Lila e a intriga, afinal, a garota é chamada pela magia. Com os pés novamente na Londres Vermelha, Lila vai rever amigos e procurar — sem realmente querer admitir — por uma pessoa muito especial que conheceu naquela cidade.
Do outro lado daquele torneio, temos um Kell com pesadelos quando dorme e tédio ao precisar estar nos compromissos reais, afinal, ele é um Antari, agora o único vivo no mundo, e representa o poder que a família Maresh tem. Rhy, por outro lado, se sente em casa nos bailes e nas cerimônias dos Jogos, mas não pensem que o príncipe está arquitetando tudo apenas para ver o pai feliz, ele tem um plano para Kell também, um presente, pois agora que compartilham um vínculo de alma, ele sabe o que o irmão quer: liberdade.
Será que esse plano dará certo e passará despercebido aos olhos dos outros sem consequências?
"Príncipe Rhy,
Eu desaprovo completamente e mantenho a esperança, por menor que seja, de que ambos recuperem o juízo. No caso de não o fazerem, providenciei os arranjos necessários; espero que eles não venham me
assombrar. Vamos discutir o custo de seus esforços esta tarde. Talvez os vapores clareiem suas ideias. Independentemente da sua decisão, espero que uma doação substancial seja feita ao Santuário de Londres quando isso acabar.
Seu servo, ancião e Aven Essen,
Tieren Serense"
Os Veskanos são descritos como altos como árvores e tem as montanhas do seu reino como fonte de poder e, por isso, acham que serem fortes faz com que se aproximem dessa magia.
"Os irmãos Taskon entraram flanqueados por uma dezena de acompanhantes. Eram impressionantes, vestidos com roupas largas em verde e prata e mantos elegantes adejando atrás deles. [...] Enquanto isso, um criado carregara um objeto grande, envolto em um pano verde pesado, até o estrado do trono, e o colocara no degrau. Afastando o pano com um gesto dramático, o criado revelou um pássaro dentro de uma gaiola. Não era um imitador multicolorido nem um pássaro canoro, ambos favoritos da corte arnesiana, mas algo mais... predatório . Era enorme e prateado, exceto por sua cabeça, que tinha uma pluma e um colarinho pretos. Seu bico parecia afiado."
Já os Faroenses, são arrogantes e poderosos, e não tem uma fonte de magia propriamente dita, acreditam que a magia está em toda parte e apenas por andar no mundo conseguem acessar aquela magia. E eles estão certos. Usam joias por todo o corpo de um modo único.
"Ao contrário dos veskanos, cuja comitiva os cercava, Sol-in-Ar entrou na frente, seus homens atrás dele em formação. Estavam todos vestidos em estilo faroense, que consistia em um único pedaço de tecido complexamente dobrado em volta do corpo, a extremidade da cauda jogada para trás sobre um dos ombros, como uma capa. [...] Como todos os faroenses de destaque, ele estava barbeado, possibilitando uma visão completa das contas colocadas em seu rosto. Porém, ao contrário da maioria, que preferia vidro ou pedras preciosas, a ornamentação de lorde Sol-in-Ar parecia ser de ouro branco, partículas em forma de diamante que tracejavam caminhos de suas têmporas até a garganta."
Para quem me conhece, sabe que eu levo o conceito de worldbuilding (construção imaginária de um mundo) muito a sério, e eu acho que V.E. Schwab deu um salto nesse livro, levando o potencial da trilogia acima do esperado. Ficamos fascinados com tudo o que acontece e o modo como ela narra o torneio é bem rico. Temos nossos magos preferidos, torcemos para que o torneio seja um sucesso e Rhy consiga um lugar de atenção na família Maresh e... Bom... Alguns participantes vão cativar vocês mais do que outros por serem velhos conhecidos.
Você quase esquece que nenhum livro de fantasia é escrito por acaso, Kell ainda terá que enfrentar os seus demônios, entender que ele é um objeto da realeza a ser exposto, símbolo de poder, e que é cobiçado por outros reinos e regentes. Além disso, ainda procurar a liberdade do jeito que será possível para ele.
"Kell acompanhou a troca com o canto dos olhos, sua atenção ainda presa pela princesa, cujo olhar permanecia atrelado ao dele, como se estivesse hipnotizada pelo seu olho preto. Ela parecia o tipo de garota que apontava para alguma coisa, ou mesmo para alguém, e dizia: Eu quero um daqueles. A ideia era quase divertida, até Kell se lembrar das palavras de Astrid: Eu seria sua dona, garoto de flores. Então o humor dele ficou gélido. Kell deu um leve passo para trás, recuando quase imperceptivelmente."
E Lila terá que entender que, para fazer magia, ela vai precisar confiar nas pessoas e em si mesma, e que cada feitiço tem um preço, o equilíbrio é delicado e a balança precisa ser pesada sempre, algo que ela nunca aprendeu por ser uma garota da Londres Cinza.
Mas Cora, Lila e Kell se reencontram? Essa pergunta eu vou deixar de responder e pedir para vocês lerem o livro, mas devo dizer que tudo o que acontece nessa trilogia é, com o perdão do trocadilho, mágico.
"Kell colocou o lenço de lado, fechou os olhos e esperou que o sono o dominasse. Quando isso aconteceu, ele sonhou com ela. De pé em sua varanda, incitando-o a sair e brincar. Sonhou que a mão dela se enroscava na dele, um pulso de poder os entrelaçando e unindo. Sonhou com os dois correndo por ruas desconhecidas, não aquelas de Londres que já haviam percorrido, mas curvas e desvios em lugares aonde ele nunca tinha ido e outros que ele poderia jamais conhecer. Mas lá estava ela, ao seu lado, puxando-o para a liberdade."
Um Encontro de Sombras é um bom livro para quem quer passar o tempo em lugares que apenas a mente de uma escritora de fantasia consegue visualizar e, pela graças dos Santos, colocar no papel para que possamos viajar junto.
Esta trilogia está dando o que falar e eu fico só namorando, pois se o primeiro livro já foi maravilhoso, o segundo segue pelo mesmo caminho ou até um pouco além!
ResponderExcluirSó conheço as letras da autora por conta de Vilão, que é um cenário totalmente diferente dessa trilogia, por isso, espero poder conferir o quanto antes!!!
E oh, confesso que estava com um pouco de medo de ter isso das Londres diversas, mas acredito que flui muito bem!
Lerei!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Oi Rubro! Muita gente falando de Tons, né? Eu via as capas dessa trilogia em todo IG literário que eu visitava!
ExcluirMe indicaram muito Vilão, disseram que todas os livros, esse é o melhor da autora. Vou querer ler, com certeza.
Bjim
Nossa!!! Quantos acontecimentos! Quantas aventuras!!!
ResponderExcluirSó uma escritora talentosa como VE seria capaz de criar um universo tão complexo e intrigante como esse!
Oi Chelle! Sim, ela tem uma criação de autora de fantasia bem latente! hehe
ExcluirBjim
Cada vez mais curiosa pra ler essa trilogia ou algum livro da Schwab, especificamente com essa assinatura, pq acho q nao to na vibe de juvenil no momento, vai que volte. Espero conseguir ler essa trilogia esse ano! O livro é narrado em terceira pessoa?
ResponderExcluirOi Ariela! Sim, é narrado em terceiro pessoa, mas na visão de vários personagens, o que nos dá um panorama maior ainda!
ExcluirEu não creio que seja tão juvenil, por conta das cenas de violência. Acredito que é uma leitura muito interessante!
Olá! Nossa quem diria que um segundo livro pudesse ser tão bom (risos), normalmente eles não são tão bons assim, sorte nossa que a autora conseguiu esse feito. E esse mundo fantástico se torna ainda mais interessante e as aventuras mais incríveis, ansiosa pela resenha do terceiro.
ResponderExcluirEngraçado né? Eu também acho que os primeiros livros de toda série são sempre melhores, mas acho que é meu lado leitor falando, pois a gente sente prazer no que ainda não conhece hahaha
ExcluirBjim
ola
ResponderExcluiro primeiro livro levou uma nota otima esse conseguir ser ainda melhor .que bom quando isso acontece , espero que voce seja arrebatada tambem no terceiro livro. e são muitos assuntos muitos personagens . tambem com uma Londres dividida em quatro .tem bastante assunto para ser desenvolvido .
Oi Eliane!
ExcluirConfesso que devorei esse livro! Não conseguia para de ler e fiquei bem feliz com o desenvolvimento da história!
Bjim
Oi Mariana!
ResponderExcluirNão li a resenha por não ter lido o primeiro livro, mas vi sua opinião no final.
Eu sou grata também por escritores assim, que conseguem fazer a gente viajar junto com os personagens. Vou dar uma olhadinha no livro 1.
Beijokas
Quanto Mais Livros Melhor
Oi Pri, sim, as resenhas contém spoilers, evite ler antes de ler os livros, ok?
ExcluirBjim
Não sou uma pessoa que lê uma fantasia por mês, escolho com muito cuidado. Então quando vejo notas altas e não só aqui, mas em vários blogs, fico tãaao animada! Parece mesmo que a autora conseguiu manter esse nível no segundo livro, então é um que veio pra minha lista de leituras.
ResponderExcluirBom, eu devor fantasia, então é meio difícil eu não ler livros que estão na boca do povo hahaha
ExcluirSempre fico curiosa, e Tons de Magia estava sendo falado muito positivamente em todo blog e IG literário que eu visitava!
Bjim
Mareeeee!
ResponderExcluirTem certeza que foi esse mesmo o livro que você leu? RSRSRSRSRSRSRS Sabemos que eu tive uma péssima experiência com essa trilogia, e esse segundo livro não funcionou pra mim.
Esses jogos elementais prometiam uma sequência incrível, mas são tão irrelevantes e mal desenvolvidos que no final eu não me importei nem um pouco. Ahhhh e enrolação é o que mais tem, com arcos irritantes tanto de Lila quanto de Kell.
A única coisa que salvou pra mim foi o Alucard, adorei o personagem, e certamente foi uma ótima adição para que eu conseguisse terminar o livro três.
Beijos.
Oi Alison! Aaaah, nossas opiniões divergem quanto a esse livro, porque eu devorei ele! Acho que a autora deu um salto, mas Lila me incomodou e muito!
ExcluirAlucard divo supremo né? Ele podia ser o par de Kell, aí tudo ficaria certo! hahaha
Bjim
Mariana!
ResponderExcluirBem, depois e ler vários livros de fantasia no decorrer da vida, poder ver um autor que traz uma grande inovação, tanto quanto as personagens, como pela contrução de vários reinos com ou sem magia, é siplesmente espetacular.
Vou aguardar a última resenha para ver se o reencontro acontece.
cheirinhos
Rudy
Oi Rudy!
ExcluirSim, acredito que fazer algo inédito é uma coisa muito difícil em fantasia, mas isso acontece, pois há diversos autores muito bons apenas esperando uma oportunidade para mostrar boas histórias!
Bjim
E tô aqui só para ver os comentários seus e do Alison! 🤣🤣🤣🤣
ResponderExcluirNo aguardo da LC
Como eu amei ambos os livros que li da autora ainda estou na expectativa de te uma ótima experiência de leitura dessa trilogia e pelo que li me parece que o mundo e a trama tem bastante potencial!
Veremos 🙀
Ai gente, o Alison é muito encrenqueiro com essa trilogia, mas no último livro precisei sentar na mesma arquibancada que ele e me juntar ao que ele falava haha
ExcluirBjim
Oi, Mariana
ResponderExcluirAii sou louca para ler esse e todos da autora, na verdade.
Fantasia de qualidade né!!
Os vilões e cada demais personagens parecem ter uma complexidade muito bem trabalhada e cativante.
Logo lerei.
Bjs
Oi Ana!
ExcluirÉ uma autora que virou queridinha e não atôa! Ainda não li os outros livros dela, mas espero ter a oportunidade!
Bjim
Esse livro parece mesmo uma viagem e eu gostei de ler essa resenha, há tinha lido o primeiro livro e tinha gostado, boiei em algumas partes, mas nada que atrapalhasse. Vou ler essa sequência com certeza.
ResponderExcluirOi Ana!
ExcluirVocê tem costume de ler fantasia? Porque eu achei o livro bem escrito e contextualizado hehe.
Às vezes a gente não está acostumado com o gênero, aí acontece! (tem autor que viaja demais para escrever também)
Bjim