Circe: Feiticeira. Bruxa. Entre o castigo dos deuses e o amor dos homens - Madeline Miller

Título: Circe -Feiticeira. Bruxa. Entre o castigo dos deuses e o amor dos homens.
Autor: Madeline Miller

Páginas: 368
Ano: 2019
Editora: Planeta
Gênero: Fantasia, Ficção
Adicione: Skoob
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Nota: 

Sinopse: Uma releitura corajosa e atual da trajetória de Circe, a poderosa – e incompreendida – feiticeira da Odisseia de Homero.Na casa do grande Hélio, divindade do Sol e o mais poderoso da raça dos titãs, nasce uma menina. Circe é uma garotinha estranha: não parece ter herdado uma fração sequer do enorme poder de seu pai, muito menos da beleza estonteante de sua mãe, a ninfa Perseis. Deslocada entre deuses e seus pares, os titãs, Circe procura companhia no mundo dos homens, onde enfim descobre possuir o poder da feitiçaria, sendo capaz de transformar seus rivais em monstros e de aterrorizar os próprios deuses.
Sentindo-se ameaçado, Zeus decide bani-la a uma ilha deserta, onde Circe aprimora suas habilidades de bruxa, domando perigosas feras e cruzando caminho com as mais famosas figuras de toda a mitologia grega: o engenhoso Dédalo e Ícaro, seu filho imprudente, a sanguinária Medeia, o terrível Minotauro e, é claro, Odisseu.

Resenha: 

“Hélio não era um deus para se convocar, mas eu era a filha rebelde que tinha conquistado a cauda de Trigon. OS deuses amavam qualquer novidade, como eu já disse. Curiosos como gatos.”

Nessa obra, iremos conhecer Circe, filha do titã Hélio e da ninfa Perseis, durante um bom tempo esperava-se que também fosse igual a sua mãe e irmãs, uma ninfa, seres considerados inferiores, e ainda assim dotadas de poderes. Porém, com o passar do tempo, iremos acompanhar a angústia de que nossa protagonista não é igual às outras.  

Isso não deveria determinar o valor de Circe, porém uma mulher nascida de um titã e uma ninfa da água, deveria ter algum tipo de magia, e o que Circe era, não havia nome.

Iremos conhecer a história através de sua própria narrativa, clara, objetiva e fluída. Acompanharemos como ela sempre fora muito mal tratada por todos desde sua infância, tida como algo menos que inferior, nunca ganhando qualquer tipo de reconhecimento.

Embora Circe não possua poderes mágicos, seu senso de observação, curiosidade e inteligência fazem com que ela consiga manipular ervas e outras ferramentas para enfeitiçar, transformar e manipular   pessoas. É após fazer uso desses conhecimentos para transformar um humano em deus, que Zeus a exila em uma ilha, claramente desconfortável e com receio dos poderes de nossa protagonista.

Longe de ser deixar abater e nem abaixar a cabeça, Circe vai se aprimorando cada vez mais e ficando cada vez mais poderosa. Logo, ela vira uma espécie de bruxa conselheira, já que os deuses passam a visitá-la e pedir conselhos a ela. É nessa ilha que ela aira conhecer Odisseu, onde irão ter um breve relacionamento.

“A deusa em seu promontório solitário, seu amante diminuindo À distância. Os olhos dela úmidos, mas inescrutáveis, como se voltados para dentro, para pensamentos privados. Feras reunidas na bainha de suas vestes.”

Nossa protagonista ao longo da história, demonstra um amadurecimento de menina insegura à mulher decidida, inteligente e autossuficiente. A obra como um todo nos faz pensar na forma como os deuses estavam sempre temerosos com o novo, com alguém mais poderoso que eles, ou tramando alguma vingança, e a autora nos traz isso através do ponto de vista de Circe, qual observa a tediosa e vazia vida imortal dos deuses.

Particularmente gostei bastante da história já que sou bem obcecada por mitologia grega, e saber mais sobre Circe através da narrativa de Madeline Miller foi incrível. Já quero ler mais coisas da autora, e se você quer ler algo que te faça refletir sobre a brevidade da vida, a busca desenfreada pelo poder, super indico essa obra. Ah, não se preocupe em não saber os nomes dos deuses, no final do livro tem uma lista deles como um glossário.