Ano: 2019
Temporadas: 01 (Minissérie)
Gênero: Drama, Policial.
Elenco: Toni Collete, Kaitlyn Dever, Merrit Wever.
Nota:
Sinopse:
Unbelievable baseia-se na história verídica de uma adolescente (Kaitlyn Dever) que foi acusada de ter mentido sobre ter sido violada e o percurso de duas detetives até desvendarem a verdade.
Uma jovem menina de 18 anos que contou à polícia ter sido estuprada dentro de seu próprio apartamento, é coagida a voltar atrás em sua versão. O caso só avança, de fato, quando duas detetives do sexo feminino (Toni Collette e Merritt Wever) assumem a liderança da investigação anos depois com outro caso que se mostra ser um estuprador serial.
Resenha:
“- Passei minha vida toda tentando acreditar que a maioria das pessoas são boas. Mesmo quando as que eu conhecia não eram. Não sei, acho... que isso me dá esperança. Aí isso aconteceu, o estupro, e... Sei lá, foi mais difícil pra mim... acreditar que havia alguém realmente bom no mundo. E acho que essa foi a pior parte de tudo isso. Se sentir sem esperança. E eu pensava coisas como... "Se o mundo é tão ruim, quero mesmo estar nele?" Sabe?”
Unbelievable – Inacreditável, a história de um estupro, é a nova minissérie da Netflix, baseado no artigo ganhador do prêmio Pulitzer de 2016, “An Unbelievable Story Of Rape”, dos jornalistas T. Christian Miller e Ken Armstrong, também produtores da série que por seu conteúdo e pelas interpretações está sendo indicado a vários prêmios.
É uma série infelizmente necessária, com um tema cruel e importante. Das estréias do ano, é sem duvida uma das que considero mais relevantes para a sociedade.
Nos oito episódios, vamos acompanhar uma investigação policial em um caso de estupros em série. Com duas linhas temporais, primeiro conhecemos Marie Adler (Kaitlyn Dever) é uma adolescente que foi estuprada e realizou a denúncia do estupro para as autoridades, ao ter seu caso entregue nas mãos de um detetive e outros policiais – todos eles homens – sua história é encarada como inacreditável, pelas faltas de provas e pelo modus operandi do estuprador, o modo como ele agiu com ela. Fragilizada e sem apoio ela se vê forçada a desmentir e a acusação e toda a sua vida se torna ainda mais complicada.
Anos depois em outro ponto do país, temos um novo estupro, porém, o caso é investigado pela detetive Karen Duvall (Merrit Wever), que conduz a investigação com outros olhos e muito mais profissionalismo e empatia pela vítima, ao conversar com seu marido, que é policial em outra cidade, ela descobre outro estupro com o mesmo modo de agir, este é um caso em aberto investigado por outra competente e mais experiente ainda do que ela, a Grace Rasmussen (a indicada ao Oscar Toni Collete).
As duas mulheres e suas equipes então se juntam em um esforço para desvendar essa onda de estupros de um agressor extremamente inteligente.
Uma série com uma trama densa e impactante.
Temos aqui em apenas 8 episódios um tema muito importante sendo debatido, a importância das forças policiais e sociedade em apoiarem e acreditarem nas denúncias de crimes sexuais, agindo de acordo com a gravidade da situação e não tornando a vítima uma pessoa que culpada ou desacreditada.
O modo como alguns profissionais guiam as investigações é lamentável, e vemos que se eles não acreditam, eles simplesmente não se importam com a verdade e forçam a situação e investigação a seu critério.
A impunidade e falta de resultados, constantemente afasta as vítimas de buscarem justiça.
E não somente vemos essa falta de empatia nas forças policiais, sociedade, família, amigos esses também, costumam alienar as vítimas em muitos casos, obviamente não vamos generalizar de forma alguma.
Contudo não podemos deixar de nos sentir horrorizados e indignados ao assistir, lembrando que é uma série baseada em fatos reais. O que houve com Marie, aconteceu e não é uma trama fictícia.
“- Basicamente, você foi agredida duas vezes. Uma pelo agressor, e a outra pela polícia”
Séries como essas – e ainda mais as investigações e artigos jornalísticos do tema – são cruciais, pois se em um caso de estupro onde a vítima é desacreditada, um agressor é deixado solto para causar um terror na vida de outra mulher.
Inacreditável, tem excelentes atuações, Kaitlyn Dever, que vive a jovem Marie, prende a nossa atenção desde o primeiro episódio, sua dor e como lida com seu trauma, foi entregue com uma interpretação contida, porém, seus olhos, tom de voz foram retumbantes em entregar todas as emoções que ela passa. É definitivamente uma atriz que vou querer ver em outros papéis.
Toni Collete é sempre uma atriz que entrega uma atuação marcante e vibrante, como uma investigadora forte e implacável, ela mostra desde os momentos calmos aos rompantes de indignação, o que esperamos de uma pessoal real no lugar dela.
“Ninguém está olhando para esses dados sobre violência contra as mulheres. Como seria se homens fossem violentados dessa mesma forma?”
Já a atriz que me surpreendeu por vê-la em um papel extremamente dramático foi Merrit Wever, mais conhecida por papéis em comédias – um dos quais a render já um Emmy na série Nurse Jack – ela foi uma presença forte em tela e me chamou muito a atenção. De forma brilhante ela passou umal real emoção e força em sua atuação. Curiosamente ela está em outro filme da Netflix do qual recebeu uma indicação como atriz coadjuvante, o excelente História De Um Casamento que trarei resenha em breve.
Ótimas interpretações, um roteiro e direção equilibrados e um tema importante.
Todos bons motivos para assistir essa série.
E o final foi realmente tocante.
Espero que tenham uma ótima experiência e até a próxima.
Ah Vivian!Que maravilha chegar aqui e ler tanto sobre essa série. Digo que ela vive escondida e poucos se dão uma chance de ver algo assim.
ResponderExcluirAssisti ela tem um tempo,mas confesso que o nó no estômago ainda está aqui,mesmo depois de tanto tempo.
Marie não é somente uma personagem, ela carrega a dor de tantas meninas jovens desacreditadas a princípio, principalmente por suas próprias famílias.
Mulheres casadas que sentem o medo, o nojo de si mesmas após passarem por um trauma tão grande.
Uma série importante sim, que deveria ser quase uma obrigação a todos nós!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Olá! Nossa, definitivamente temos aqui uma baita série, ainda mais com um tema tão forte e infelizmente mais comum do que possamos imaginar. Sem dúvida irei conferir afinal um elenco desses não dá para não prestigiar.
ResponderExcluirVivian!
ResponderExcluirEstupro é sempre um assunto que deve ser debatido de várias formas.
E o mais intrigante é saber que tudo só foi a frente após duas mulheres tomarem a iniciativa de irem atrás e tentarem desvendar tudo.
Já anotei para assistir. Valeu!
cheirinhos
Rudy
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia essa serie, até irei buscar para assistir. Tem uma trama bem impactante, já que é um assunto bastante delicado.
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