Boa tarde pessoal.
Como prometido, no nosso especial do dia das mulheres vamos trazer um post dedicado a autora mais pedida aqui pelos colaboradores do blog e comentários.
Jane Austen, é uma autora inglesa nascida em 16 de dezembro de 1775, que em 41 anos de vida, criou um legado literário inestimável.
Conhecida como uma das autoras de época referencia para a literatura, no meu ponto de vista ela foi uma escritora contemporânea, pois ela escrevia sobre a época em que vivia, ou seja, suas experiências pessoais, ou influenciada diretamente por acontecimentos ao seu redor. De tal modo, ela é sem dúvida de uma das autoras que melhor representa a época.
Seus livros atualmente são clássicos, que nos mostram de uma maneira sutil a força, resiliência e o espírito independente das mulheres, mesmo que vivendo em uma sociedade, que ainda esperava a subserviência das mulheres. Seus livros publicados entre os anos de 1808 a 1818, foram escritos em sua grande parte anos antes, e somente após anos conseguiram ser publicados.
Com cenários em sua maior parte tendo a bucólica paisagem rural da Inglaterra, tem heroínas muito realistas, sejam as irmãs Dashwoods ou a família Bennet, Jane soube retratar com fidelidade os costumes da época, os problemas vividos por famílias comandadas por mulheres, que pela falta de um marido e pai, precisavam buscar meios para sua própria sobrevivência, através de casamentos e mesmo assim, ainda lutavam para encontrar amor para si mesmas, como heroínas românticas.
Pela qualidade do seu estilo literário Jane Austen é uma referencia mesmo séculos depois, com seus livros e outros trabalhos servindo de inspiração para novos autores, para adaptações para o cinema ou séries. Que tornam seu legado literário atemporal.
Para o post separei um pouco sobre cada um dos seus romances publicados, e o impacto deles e adaptações:
Razão e sensibilidade – 1811
Lançado pelo pseudônimo A Lady, foi o primeiro romance publicado pela autora e seu sucesso foi extraordinário para época. Esgotando a primeira edição rapidamente.
A historia das irmãs Dashwood, é o meu romance da autora favorito. Elinor e Marianne são o oposto uma da outra, a racionalidade de Elinor é o contraponto do comportamento emotivo e passional de Marianne. Ambas se vêem junto a sua mãe e uma irmã mais nova, em uma situação que não esperavam, seu pai morre, e por causa das leis britânicas, nada pode deixar de herança a suas filhas, o legado deve ser exclusivamente deixado para seu filho, que como uma boa parcela dos homens escritos por Austen é fraco e altamente manipulado por sua esposa megera e egoísta. Que nada faz pelas irmãs mesmo tendo prometido ao pai em seu leito de morte que cuidaria delas. Então a família Dashwood, precisa lidar com o luto, a luta pela sobrevivência e sua busca pelo amor, tornam esse romance uma maravilhosa experiência literária.
"Eu não posso sentir nenhum sentimento de aprovação inferior a amar."
Possui muitas adaptações dessa obra, porém, a minha favorita e a que indico fortemente é o romance estrelado pelas extraordinárias Emma Thompson e Kate Winslet, com a direção sensível de Ang Lee.
Emma vive a responsável Elinor, cujo interesse romântico é vivido por Hugh Grant, e Kate dá vida a intensa e romântica Marianne, cujo coração será de certa forma disputado por dois cavalheiros. É nesse filme que temos Alan Rickman, vivendo o coronel Christopher Brandon, que moldou uma boa parte dos meus idéias românticos.
Orgulho e Preconceito – 1813
"Em vão tenho lutado sem sucesso. Deve permitir que eu te diga o quão ardentemente te admiro e te amo”
Escrito em 1797, é o romance mais famoso e cultuado da autora, com diversas adaptações, foi primeiro intitulado Primeiras Impressões, porém, os editores na época, acharam que o titulo deveria ser mais parecido com o do primeiro romance da autora, por isso foi escolhido o titulo que se tornou conhecido por todo o mundo.
Temos aqui o romance de Elizabeth Bennet, uma de cinco filhas do casal Bennet e cuja mãe tem o sonho único de encontrar bons casamentos para todas elas. Quando a mansão vizinha da família é alugada para a temporada por um rico nobre, os acontecimentos sociais vão aproximar as famílias e nasce um dos romances épicos ingleses.
"É uma verdade universalmente reconhecida, de que um homem solteiro na posse de uma boa fortuna precisa se casar."
Mr. Darcy e Elizabeth são bem conhecido por todos então não falarei muito. Mas esse livro, é um que também tem uma forte critica social, algo que Austen faz de forma sutil porém, sempre presente em suas obras.
Vou indicar um filme e uma serie que são excelentes. O primeiro estrelado por Keira Knightley e Matthew Macfadyen, e o segundo uma série de britânica de 06 episódios com Colin Firth e Jennifer Ehle.
O filme lançado em 2005, possui um elenco repleto de estrelas, e interpretações maravilhosas, com uma adaptação que condensa os melhores momentos do livro, e entrega algumas das cenas com os diálogos mais épicos do romance.
Para uma imersão maior no livro, temos a série lançada em 1995, que é ótima, eu não tenho o que reclamar da adaptação além, que no meu mundo perfeito a Elizabeth seria vivida pela Keira aqui também.
Super recomendo ambas.
Mansfield Park – 1814
Neste romance, temos a historia de Fanny Price, que originaria de uma família muito pobre, é levada aos 10 anos para viver na casa de seus tios ricos, os Bertrams em Mansfield Park. Com uma infância solitária Fanny recebe muito pouco amor e carinho em sua vida, ela tem uma boa relação com seu primo Edmund e seu irmão mais velho, que não foi adotado como ela. De resto os relacionamentos com a família que vive na casa é cheio de altos e baixos. Este romance de Austen de certa forma, marca uma mudança de como ela percebia o mundo ao seu redor, é uma marca de seu amadurecimento, e apesar de manter o mesmo lirismo e poesia das escritas anteriores, esse livro, é muito mais realista e contido. Fanny não é uma protagonista corajosa ou intensa, ela possui uma personalidade tímida e frágil. E durante o livro temos um crescimento de todos os personagens de uma forma mais objetiva do que nos livros anteriores. Principalmente quando novos personagens chegam mudando a dinâmica dos relacionamentos da protagonista. Recomendo muito a leitura.
Emma – 1815
É um romance onde Austen tem a sua primeira mudança significativa em termos de contexto para as suas protagonistas, aqui temos a primeira mocinha da autora que não tem problemas financeiros, e não precisa lutar então pela sobrevivência nem ver o casamento como uma das únicas chances de ter uma vida confortável. O que reflete em uma protagonista ainda mais forte e independente.
"Se eu te amasse menos, eu poderia ser capaz de falar mais sobre isso."
Temos a história da Srta. Woodhouse, uma herdeira rica, e mimada que vive de dar conselhos amorosos as pessoas a seu redor. Como ela não deseja se casar, ela se sente satisfeita vivendo como uma grande casamenteira. Mas tudo muda quando ela se apaixona, por quem obviamente não deveria. Considero esse um dos romances mais leves de Austen pois não temos um drama muito grande.
Ele possui uma adaptação de 1996, que foi premiado com dois Oscars se não me falha a memória, melhor figurino e melhor trilha sonora. Que são realmente impecáveis. Emma é vivida por Gwyneth Paltrol, que particularmente não sou fã, mas é uma filme bem agradável. Não lembro muitos detalhes dele para comparar com o livro, mas a sensação que tenho é de que não vi muitos problemas na época em que assistir, ou eu lembraria. Um filme bonitinho. Para passar à tarde.
Northanger Abbey – 1818 – póstumo.
Esse é o único livro do post que ainda não li da autora – pasma aqui com isso... 😱 – no Brasil foi publicado com o nome de Abadia Northanger, ele foi escrito entre 1798 a 1799, mas só publicado após a morte da mesma. Neles temos uma heroína sonhadora que imagina uma vida em castelos sombrios, e quando convidada a morar na abadia, acredita que seus sonhos se realizarão, mas acredito que não será bem assim, dizem ser uma critica aos romances góticos da época, então muito em breve pretendo ter a oportunidade de ler essa obra.
Que também possui uma adaptação famosa que eu não vi. Com filmes e séries. Mas que me foram bem recomendadas.
Persuasão – 1818 – póstuma
O ultimo romance da autora, foi escrito logo após Emma e traz certa ligação com o livro a Abadia Northanger, pois se passam na mesma localização. Aqui temos um romance que pode ser de alguma forma autobiográfico, usando alguns acontecimentos da vida da autora.
Jane que em determinado ponto de sua vida, se viu apaixonada por um jovem, que por motivos financeiros, não podia se casar com ela, utilizou o conhecimento de seus próprios sentimentos para escrever o romance de Anne Elliot, que foi impedida de se casar com Frederick Wentworth, após alguns anos o reencontra agora em outro contexto, ele com seu próprio trabalho árduo conseguiu ascender socialmente e financeiramente, retorna a cidade agora interessado na vizinha de Anne para um compromisso, é quando Anne precisa confrontar seus próprios sentimentos e persuadir seu antigo enamorado de que ela nunca o esqueceu.
"Nunca houve dois corações mais abertos, nem gostos mais semelhantes, ou Sentimentos mais em sintonia!!!"
Temos outra referencia a família de Austen nesse romance, assim como o protagonista Frederick, os irmãos de Jane, também ingressaram na marinha e através de seus esforços conseguiram ascender e conseguir uma vida confortável para a mãe, e irmãs, no final da vida delas, já que ambas nunca se casaram.
É um romance muito bonito e com a mesma qualidade impressionante da escrita de Austen
Ele possui uma filme adaptado para TV porém, não assisti para poder fazer uma indicação mais solida.
Jane Austen é uma das autoras mais famosas, e abriu com seu talento um espaço para todas as mulheres que desejavam mais do que serem apenas esposas e mães, é ate hoje uma referencia para quem está começando a escrever e principalmente aqueles que desejam hoje escrever sobre a época.
Espero que tenham gostado do nosso especial Jane Austen em homenagem ao dia da mulher.
Que possamos dar valor ao trabalho das escritoras que sonham e modificam nossas vidas através do talento e criatividade delas.
Até a próxima e um excelente domingo a todos.
Jane é não só um ícone como autora, mas como mulher e isso é maravilhoso, pois mesmo depois de tantos anos, ela continua sendo ela, Jane!!
ResponderExcluirEu vivia me martirizando por não ter um livro dela na estante e estes dias, consegui numa troca, três livros da autora. Olho para eles com um carinho imenso e não vejo a hora de poder viajar em todos.
Acredito em lições e ela deixou isso tudo muito claro a todos nós!!!
Amei o post, as imagens, as ilustrações, as palavras!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Eu amo essa autora!! A acho uma mulher que viveu a frente do seu tempo em matéria dos livros escritos. Sou encantada com 2 deles pelo menos,pois foram os que li.Amei esse post, não poderiam ter feito melhor escolha😍 !!
ResponderExcluirOlá! Uma das minhas autoras favoritas, minha história favorita dela é Persuasão, mas confesso que também não li todos os seus livros (faltam Emma, Mansfield Park e Abadia Northanger), mas já imagino que também serão ótimas leituras, foi dela também minha primeira leitura em inglês. E na falta de um tenho três edições de orgulho e preconceito para chamar de meu (#alouca).
ResponderExcluirVivian!
ResponderExcluirTemos mesmo de valorizar nossas autoras femininas, principalmente as da antiguidade, porque na época delas, nem eram reconhecidas em suas profissões e com seus livros, inclisive a própria Jane Austin, hoje diva e com livros considerados clássicos que admiramos.
cheirinhos
Rudy
Olá!
ResponderExcluirJane Austen a autora que amo muito. Meu contato com ela foi Orgulho & Preconceito e amo demais, desejo conseguir ler mais obra dela esse ano..
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