Darkdawn, As Cinzas da República - As Crônicas da Quasinoite, 03 - Jay Kristoff

Título: Darkdawn, As Cinzas da República

Autor: Jay Kristoff

Páginas: 704

Ano: 2020

Editora: Plataforma 21

Gênero: Fantasia, Ficção, Literatura Estrangeira, Jovem Adulto

Adicione: Skoob

Onde Comprar: Amazon

Nota:   

Sinopse: Nobre amigo, depois de um breve silêncio, podemos enfim voltar os olhos para a saga de nosso pequeno corvo. É certo que você deve estar curioso para saber o que aconteceu após os eventos sanguinários que abalaram as arenas de Godsgrave.
Com o irmão caçula nos braços, Mia Corvere saboreia seu triunfo. Foi uma longa jornada até aqui. A menina assustada que presenciara o enforcamento do pai tornou-se a assassina mais temida de toda a República de Itreya. Passados oito anos desde que começou a planejar sua vingança, Mia finalmente instaurou o caos na Cidade das Pontes e dos Ossos ao ceifar a vida do grão-cardeal e do cônsul.
No entanto, nem tudo é glória na vida da Faz-Rei. Os soldados luminatii e os servos da Igreja Vermelha estão à sua caça. Mercurio foi capturado e Mia deve salvá-lo antes que seu querido mentor pereça dentro dos muros da escola de assassinos. Entre sua fuga e o resgate do velho, ela precisa conquistar a confiança de Jonnen, seu irmão. Pois, neste momento, o que sobrou de sua família deseja vê-la morta.
Além disso, há algo mais assombrando seu destino. Um enigma fúnebre que cresce sob Godsgrave à medida que a veratreva se aproxima: os muitos eram um e serão de novo. Quando a noite chegar, talvez em definitivo, Mia Corvere conseguirá sobreviver num mundo em que até a luz dos sóis pode morrer?

Resenha:

“– Sou a guerra que você é incapaz de vencer.”

Darkdawn, As Cinzas da Republica é o terceiro e ultimo volume das Crônicas da Quasinoite, do escritor Jay Kristoff, lançamento da Plataforma 21.

Uma das melhores fantasias que li nos últimos anos, e que conquistou um lugar em meu coração. É a historia de Mia Corvere, e ela é uma garota com uma grande história.

Por se tratar de um último livro de trilogia, esta resenha contem spoilers dos dois primeiros livros, Nevernight, A Sombra do Corvo e Godsgrave, O Espetáculo Sangrento, ambos os livros já resenhados com entusiasmo aqui no blog, para ler as resenhas anteriores, basta clicar nas imagens abaixo:

                                                                    

Porém, minimizei ao máximo os spoilers do último livro, a resenha a seguir se trata mais das minhas emoções e impressões do livro.

Nos primeiros dois livros, conhecemos Mia Corvere, uma jovem que muito nova teve sua vida inteira moldada por um acontecimento terrível, filha de uma família nobre de Itreya, ela acreditava que tinha um destino fabuloso pela frente, criada com luxo, contudo ensinada a ser forte e inteligente, ela amava sua família. Então quando seu pai é enforcado condenado por traição, e logo após isso sua mãe e irmão ainda bebê, jogados em uma cadeia para definharem e ela mesma condenada à morte por um cônsul. Ela busca dentro de si mesma a força para sobreviver, nem que para isso ela tenha que ter se aliado a uma parte sombria de si mesma.

“Elas atacaram com tudo que tinham. Deram todo seu ódio. Gastaram toda sua fúria. Mia mostrou os nós para céu. – Ainda estou de pé, suas putas.”

Jurando se vingar dos homens que destruíram sua família, ela começou sua dolorosa e tortuosa jornada. De uma dona aristocrática, ela se forjou em uma lamina, uma assassina habilidosa, para isso se uniu a Igreja Vermelha, o culto da deusa da noite, Niah, a senhora do bendito assassinato. Os mais perversos assassinos da republica a ensinaram, lapidaram a garota, porém, também trabalharam para destruí-la por dentro. Conhecendo amor, paixão e traições, aos poucos ela foi desvendando os segredos de sua vida, ouvindo de alguns que ela era a escolhida da mãe, aquela com poderes sombrios, e com deveres misteriosos, ela deixou tudo de lado, focando apenas em sua vingança. Para que pensar nos mistérios divinos que enlaçam sua vida? Para que não é mesmo? Vamos deixar a briga familiar dos deuses para depois...

Garota, inocente, assassina, lâmina, traidora, escrava, até se tornar a garota coberta de sangue de seus inimigos... Tudo isso em dois livros, e ainda tinha espaço para muito mais em sua jornada.

O que nos leva ao terceiro livro.

“A sensação era de que tudo aquilo – as aulas, o treino, a dor – estava perfeitamente destilado em suas veias. Cada escolha que ela fizera na vida a tinha levado àquele momento. Cada trilha que seguira dava inexoravelmente para lá. Onde sempre iria acabar.”

Que começa com a Mia, por um breve momento, acreditando que tinha conseguido a sua vingança, apenas para descobrir que existem muitos outros horrores a sua espera.

Machucada e carregando em seus braços um precioso fardo, ela foge de Godsgrave, durante o espetáculo sangrento que se tornará uma lenda, para cair em uma jornada ainda mais difícil, o ultimo inimigo que falta, o cônsul Scaeva, está muito mais poderoso, e agora ela é caçada por toda a republica, e precisa reunir forças e encontrar os poucos aliados que lhe resta, para resgatar o que lhe foi tirado.

Mia está por um fio durante este livro, ela doou muito de si para o seu plano de vingança, muitos sacrifícios foram feitos, e quando sua vingança está por um fio, é que ela prova o verdadeiro poder de seu coração.

Nesse capitulo final de sua vida, o fardo de ser a escolhida de uma deusa está ameaçando a fazer ruir. Um deus morto precisa ser restaurado a sua antiga glória, e parece que nossa assassina é a única que pode realizar tal grandiosa tarefa.

Com uma trama muito bem escrita, o autor nos apresenta uma protagonista com uma historia muito rica, amores, vinganças, a luta pela sobrevivência, tornam um livro que vai nos consumindo. É impossível parar de ler.

É tanta desgraça que vai acontecendo que por um momento eu pensei que não podia piorar, é claro, que isso só serviu para eu perceber que sim... A vida dela podia ficar pior.

Uma das tramas que durante os dois primeiros livros foi deixada apenas de plano de fundo, é nesse que ganha grande destaque, e que me fez vibrar, o aspecto fantástico da vida de Mia é muito intrigante.

“Ela estava ali por um motivo. Não para dormir, mas para acordar. Não para ser conquistada, mas para conquistar.”

É um livro forte – e quando digo forte, falo não somente do banho de sangue que nossa protagonista protagoniza dizimando seus rivais, e sim, na boca suja da mesma, do conteúdo adulto, que nesse livro tem mais cenas do que nos outros dois, nas mortes de pessoas queridas...  Isso mesmo: muitos palavrões, sexo e morte! – com muitos momentos de quebrar nossos corações. O drama é muito visceral, os personagens com suas personalidades multifacetadas, acabam conquistando nossos corações ou nosso ódio. Vilões e heróis – isso se a palavra herói pode ser usada para algum desses personagens, o que eu duvido, contudo... – se enfrentam cada um com seus próprios motivos. Personagens secundários, que você quer amar e proteger em um potinho, outros que você quer os deixar enchendo uma piscina de sangue. Digo isso, com o próprio sangue deles é claro.

Um final épico para uma historia incrível. Eu desgostei de vários pontos? Sim... Gostaria de um final diferente? Provavelmente... É agridoce? Sim... É bom? Com certeza! Que livro!!!

Afinal, não é porque eu gostaria que houvesse outro final que o autor não entregou algo interessante, é só a parte do meu coração que gostaria que os personagens queridos que sacrificaram muito, fossem felizes... Porém, dificilmente existem finais felizes, em histórias de vingança, guerras e corações despedaçados muito menos... Nem toda magia pode mudar algumas coisas.

Darkdawm se provou um excelente livro de fantasia sombria, uma jornada tingida de vermelho e lágrimas.

Mia é maravilhosa, em todos os seus gloriosos defeitos, e sua vida rendeu uma grande história.

“Bela e pálida, ela continuou a caminhar. Vestida de noite, nobres amigos. E a noite inteira a acompanhava.”

Um detalhe que eu adorei nesses livros são as notas de rodapé, sei que muitos não gostam, porém, leiam elas. Nessas últimas notas, o autor se mostra ainda mais espirituoso, inclusive, brincando sobre as pessoas não gostarem das notas. Eu adore.

Leiam as crônicas da Quasinoite. Nossa assassina conta com vocês.

O livro foi lançado dia 17 de fevereiro, e aqui adquirimos a versão digital, para a nossa leitura coletiva, porém, durante a leitura alguns pontos me chamaram a atenção, alguns termos estão com uma tradução incorreta em partes do livro, e uma revisão futura deve sanar esses detalhes, eu estou dividida entre esperar uma nova edição para adquirir o livro físico, porque é um livro que eu quero muito ter. Já tenho os dois primeiros e são lindíssimos, as artes, capa e diagramação me agradaram muito. Vou aguardar os comentários do pessoal que comprou em pré-venda o livro.

E como falei acima, esse livro finalizou mais uma leitura coletiva aqui do Tracinhas EPL, caso desejem ler nossos surtos lendo essa trilogia, basta clicar na imagem abaixo.

E nos vemos na próxima, vou ali tentar me recuperar dessa leitura...