Os Homens que não Amavam as Mulheres - Millennium, 01 - Stieg Larsson

Título: Os Homens que não Amavam as Mulheres - Millennium, 01
Autor: Stieg Larsson
Páginas: 522
Ano: 2008
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Suspense, Investigações, Literatura Estrangeira, Ficção
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:  

Sinopse: O jornalista Mikael Blomkvist acaba de ser condenado e sentenciado a três meses de prisão por difamar um poderoso financista. Recebe então uma proposta intrigante: o grande industrial Henrik Vanger quer contratá-lo para escrever a biografia de sua conturbada família. Mas, sobretuto, Vanger quer que Mikael investigue o sumiço de sua sobrinha Harriet, desaparecida sem deixar vestígios há quase quarenta anos. Henrik também se dispõe a salvar a 'Millennium', revista capitaneada por Mikael, e que se encontra em risco de falência. De início contrariado, o jornalista acaba aceitando a tarefa.

Harriet desapareceu quando sua família se reunia para um encontro em uma ilha. Inteligente e sensível, a moça era a favorita de Henrik. Suspeitos não faltam, pois, se todas as famílias tem esqueletos no armário, o clã Vanger parece dispor de um cemitério inteiro. Em sua busca febril, Mikael recebe a ajuda de uma jovem e genial hacker, Lisbeth Salander, cuja magreza anoréxica só é comparável à fúria silenciosa que nutre contra a sociedade. Mas, como Mikael logo compreende, se alguém esconde um segredo torpe, é certo que Lisbeth irá descobri-lo. E, de fato, pouco a pouco, o jornalista e sua improvável parceira desvendam um verdadeiro circo de horrores.

'Os homens que não amavam as mulheres' não é apenas um do mais comentados romances policiais dos últimos anos, tendo tomado de assalto a lista dos mais vendidos dos países onde foi publicado. É uma obra de dimensões oceânicas, que se desdobra pelos mais diversos aspectos da vida moderna - os crimes de colarinho branco, a responsabilidade do jornalismo econômico com a ciranda financeira, o fenômeno da internet e da invasão de privacidade, o ódio contra as minorias. Por isso, além de seduzir com seu intrincado mistério, fornece ainda uma reflexão ética sobre a sociedade atual, sobre os segredos de cada um e a responsabilidade de todos.

Resenha:

“Todo mundo tem segredos. Trata-se apenas de descobrir quais sãos.”

Olá, hoje estou trazendo a resenha de um dos livros de suspense que eu mais gosto. Os Homens que não Amavam as Mulheres é o primeiro livro de uma trilogia do autor sueco Stieg Larsson, que após a morte do mesmo, se tornou uma série com mais três livros escrito pelo autor David Lagercrantz. No Brasil, os livros foram publicados pela Companhia das Letras. Com várias edições. A minha trilogia é a primeira edição brasileira. E esse é um dos raros casos que gosto das capas de todas as edições publicadas por aqui. Muito bonitas e sempre com o cuidado já característico da editora.

Mas atualmente estou namorando as novas capas para ter toda a coleção com o mesmo designer. – infelizmente ainda só tenho a trilogia inicial.

Em Os Homens que não Amavam as Mulheres, o autor Stieg Larsson, nos apresenta dois personagens principais sensacionais Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander. Por ser um jornalista investigativo antes de se dedicar a escrever ficção Larsson, possui uma narrativa objetiva e detalhista, todo o livro é narrado com muitos detalhes, porém, nada é escrito ao acaso, uma trama muito bem escrita. Com personagens cativantes, complexos e exóticos.

Mikael é um jornalista investigativo, dono de uma revista de cunho político e de uma carreira sólida e excelente reputação, bom pelo menos até uns meses antes de começar a narrativa, ao seguir uma revelação sobre delitos de um magnata sueco, Mikael realiza uma grande investigação e material expondo os crimes deste, porém, sua fonte, provou ser potencialmente verdadeira, porém sem provas concretas.

“Tive numerosos inimigos ao longo dos anos e aprendi uma coisa: não aceitar o combate quando é certo que se vai perder. Em compensação, jamais de folga a quem o demoliu. Seja paciente e responda quando estiver em posição de força, mesmo que não haja mãos necessidade de responder.”

Ao se condenado por difamação, ele vê a sua frente um destino muito hostil, três meses de prisão, uma multa milionária, e tendo o risco de afundar sua revista. Com isso ele prefere se afastar do cargo de direção da revista para não arrastar ela para a lama junto a sua reputação e se prepara para cumprir sua pena na prisão.

Mas antes disso, ele recebe uma incomum proposta de emprego.

Henrik Vanger, é um bilionário sueco, patriarca de uma família extremamente poderosa, no país. Porém, há cerca de quarenta anos sua vida se resume a lidar com dois grandes mistérios.

Todos os anos em seu aniversário ele recebe uma rara flor emoldurada em um quadro, um presente singelo que começou com uma coleção, m presente de sua sobrinha Harriet Vanger, que por muitos anos dava a ele este presente em seu aniversário, o primeiro grande mistério nesse caso é quem seria a pessoa por trás desses pontuais presentes, sendo que Harriet sumiu sem deixar vestígios há cerca de quarenta anos?

E o segundo e mais importante é o que aconteceu com Harriet?

O sumiço de Harriet, que foi a mais querida de seus familiares por Henrik e sua herdeira, é algo que o consome até hoje, então ele propõe a Mikael que ele desvende o sumiço dela, que ele acredita ter sido morta por algum membro da própria família, e descubra quem manda esses presentes para zombar da dor dele anualmente.

Mikael aceita o trabalho e nesse ponto ele recebe a ajuda de Lisbeth, uma hacker extremamente habilidosa que se une a investigação.

Como todo bom suspense, eu não posso falar muito mais sobre a trama, com risco de algum spoiler estragar a experiência de leitura de vocês. Então irei parar por aqui e falarei um pouco mais sobre como me senti lendo e sobre os protagonistas.

Lisbeth, é um dos personagens femininos mais complexos e bem criados que já li, sua personalidade é uma grande incógnita, porque ao terminar a leitura do livro, eu sentia que a conhecia, porém, apenas um pequeno fragmento de quem ela é realmente, sua vida ainda envolta muito em mistério, e com apenas alguns vislumbres do passado que me fizeram, ir devorar o próximo livro em busca de mais dela.

Com uma inteligência a nível gênio, ela é uma habilidosa investigadora e com ajuda de um computador e uma rede de internet não existe nada que ela não possa descobrir, criar ou forjar.

Ela trabalha como investigadora particular para uma grande firma, porém, ela aceita os trabalhos que deseja, veste couro, botas e se esconde por trás de tatuagens e um comportamento que varia entre o perigo e o discreto.

Com um passado turbulento, ela possui um modo de agir perante a vida, digamos... Muito exótico. E foi um prazer ler o relacionamento dela com Mikael.

Mikael, é o típico homem de meia idade, que passou por muitas coisas na vida, um jornalista honesto e que tem uma conduta moral. Em sua vida pessoal, talvez ele seja no mínimo inconstante, e no geral é um homem que atrai atenção das pessoas – mulheres principalmente – e que gosta de receber essa atenção. Mas que não tem muito tato para relacionamentos reais.

Contundo os dois juntos possuem uma dinâmica inteligente e que desperta um carinho por ambos, durante a leitura.

Ao se envolverem em uma investigação que pode colocar a vida de ambos em risco, eles mostram muita coragem e ainda mais, um desejo por justiça muito forte.

“A característica do homem imaturo é aspirar a morrer nobremente por uma causa, enquanto que a característica do homem maduro é querer viver humildemente por uma causa.”

 Os Homens que não Amavam as Mulheres, é uma historia muito bem escrita de suspense, porém, não é indicado para o público jovem, ou que possuam restrições a certos temas. Já que é um livro denso, com temas fortes, tais como: assassinato, estupro, incesto, tortura. E como eu já falei, o estilo de escrita do autor é bem descritivo e ele não poupa os leitores dos detalhes mais sórdidos que o ser humano pode causar aos outros.

Então vou deixar aqui o aviso de gatilho para esses temas que citei, já que esse livro tem algumas das cenas mais fortes que já, mas fortemente indico a leitura dele. Porque apesar dos temas, eu não li nada que tenha sido escrito apenas com o intuito de chocar, e sim, partes importantes do quebra-cabeça psicológico e físico que moldou os personagens dos livros. Triste, cruel, porém necessário e realista infelizmente.

Quem deseja embarcar na leitura de um suspense bem amarrado e com reviravoltas e um final incrível, não vai se arrepender.

E esse é apenas o primeiro livro da série, e essencial para entender os demais.

Uma super indicação de suspense e eu volto em breve com a resenha do segundo livro da série A Menina Que Brincava Com O Fogo.

Até mais.

Curiosidades

A vida do autor Stieg Larsson é de certa maneira, uma inspiração para a vida do jornalista Mikael, foi um renomado jornalista investigativo, e fundador de uma revista de cunho político, que por muito tempo lutou contra a corrupção, nazismo e diversos outros temas polêmicos, que rendeu diversos inimigos e ameaças de morte para o mesmo.

Os livros da trilogia inicial fizeram tanto sucesso que foram adaptados para o cinema, e em duas adaptações diferentes. A primeira adaptação foi para o cinema sueco.

Na Suécia eles lançaram três filmes, um para cada livro da trilogia, e eles foram estrelados por Noomi Rapace e Michael Nyqvist, em atuações excelentes e que garantiu a Noomi a entrada para o cinema mundial.

A versão americana, é apenas do primeiro livro e contou com as atuações de Daniel Craig e Rooney Mara, que estiveram muito bem.

Na minha mente a escalação perfeita seria Noomi e Daniel nos papéis, pois não imagino melhor escolha para eles.

E o mais curioso é que cada filme tem um final diferente e nenhum deles tem o mesmo final do livro.

Quem gosta de filmes baseados em livros, eu indico tanto a versão sueca como a americana.