Destinos Divididos – Crave, A Marca - Livro 02 - Veronica Roth

Título: Destinos Divididos – Crave, A Marca - Livro 02
Autor: Verônica Roth
Páginas: 448
Ano: 2019
Editora: Rocco Jovens Leitores
Gênero: Distopia, Ficção científica, Jovem adulto, Literatura Estrangeira
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:  

Sinopse: As vidas de Cyra Noavek e Akos Kereseth são regidas pelas fortunas reveladas no momento do nascimento. O destino prevê caminhos opostos para os dois, mas, em uma galáxia regida pela vingança, onde a opressão e a violência permeiam as vidas dos moradores dos nove planetas, Cyra e Akos descobrem uma força inesperada ao se unirem. O mesmo destino que os colocou juntos, no entanto, é o que faz de tudo para separá-los.

Na segunda e última parte da história que mistura fantasia e ficção científica, Veronica Roth, autora do best-seller 

Divergente, oferece mais detalhes do mundo de Cyra e Akos e explora as consequências da intriga política para a intricada rede de personagens que compõem a galáxia apresentada no livro Crave a Marca. Em Destinos divididos, o conflito que atinge a galáxia se, desenrola sob quatro perspectivas, que intercalam diferentes vozes em uma narrativa repleta de esperança e resiliência.

Resenha: 

“A revelação do oráculo era como um pedaço amassado que simplesmente não parava de se desdobrar. Primeiro mostrou para ele o que ele não era mais. Depois mostrou o que ele era.”

Destinos Divididos, é o segundo volume e a conclusão da duologia Crave, A Marca, da autora Veronica Roth, lançada no Brasil pela editora Rocco.

Por se tratar de uma resenha de duologia, contém spoilers do primeiro livro, caso queiram ler mais sobre, basta clicar na imagem abaixo, para ler a resenha do mesmo.

Vou refrescar a memória de vocês sobre a trama do primeiro livro.

Em Crave, temos uma história que se passa em uma galáxia distante, ela possui apenas 09 planetas que podem ser habitados, e quem rege o governo desses planetas é uma Nave da Assembleia. Outro detalhe sobre esse sistema planetário, é que existe uma força natural, chamada de corrente que percorre o sistema, pode ser canalizado como energia para as maquinas, e concede poderes aos indivíduos que habitam e entram em contato com a força. Esses dons, são únicos para cada pessoa, podem ser físicos, podem ser mentais, podem ser de clarividência etc. Os clarividentes são reunidos e formam o oráculo uma importante instituição desse universo, que dita a fortuna de cada pessoa, a fortuna é o destino que cada um tem. Alguns se apegam tanto ao que escutam que vivem para concretizar o que lhes foi dito, outros... não vêem isso de uma forma tão sagrada assim, e eu não posso os condenar.

“... talvez eu simplesmente não consiga realmente enxergá-lo. Há um tipo especial de visão que vem como o fato de não conhecer alguém pela vida toda...”

Voltando ao foco do livro temos os protagonistas Cyra e Akos, cada um com seu dom único da corrente e uma fortuna peculiar. E eles são de povos/etnias diferentes que vivem em guerra. Eles vivem em Thuve. Akos, é Thuvesita, filho de uma oráculo importante, até que um dia os Shotet, invadem a parte do seu planeta, atacam sua família e seqüestram ele e seu irmão. E os levam para Shotet como escravos. Lá Akos é obrigado a servir Cyra, irmã do regente da nação Shotet, o cruel Ryzek. Bom muitas coisas acontecem e nada é tão preto no branco como parece ser a primeira vista.

Eles acabam se unindo e terminam o primeiro livro juntos, e destruindo o Ryzek.

Isso desencadeia uma possível guerra pela galáxia.

O que nos leva a trama do segundo livro com a importante missão de definir quem afinal vai liderar os planetas no lugar do antigo regente, temos uma parte apoiando Cyra e outra que apóia os oráculos.

Cyra e Akos, contando com a ajuda de alguns fugitivos estão tentando decidir o que e quem realmente querem ser. Existe muito drama desnecessário entre eles, ditados pela dificuldade de aceitarem suas fortunas, e bom, um romance que tem muita coisa que precisa ser conversada e resolvida antes de seguir em frente.

O grupo em si se divide logo, uns indo atrás de reestruturar o governo em si, enquanto os protagonistas vão para um dos planetas e ali lidam com seus problemas e iniciam a jornada para descobrirem muitos segredos. Que podem abalar todo o complexo estilo de vida dos planetas, que podem estar a pontos de se desligarem dos oráculos e das manipulações que regem suas vidas.

Eu estava um pouco cética para o final dessa história, eu não gostei muito do final do primeiro, achei que já poderia muito bem ser um pouco mais elaborado ali, e encerrado a história como livro único. Porém, dei o braço a torcer. O ritmo do livro é um pouco lento, porque a autora constrói lentamente e de uma forma muito bem escrita não somente as personalidades dos protagonistas, e dos personagens próximos como de toda a trama. Temos muita informação dada de forma continua, mas não simplesmente jogada na história. Gosto disso. E que reviravoltas meus caros, que reviravoltas...

“Você vem comigo?

- Caso não tenha notado, eu vou a praticamente qualquer lugar com você.

...

- Eu te odeio.

- E eu te amo...”

Amei a capa do livro, ela combina com a do primeiro livro, a diagramação, tradução e revisão do livro estão muitos agradáveis, não vi nada que me chocasse ou estragasse a leitura.

A trama possui uma forma de ligar magia com realidade de uma forma muito interessante, os dons, a corrente, os oráculos com suas fortunas, trazem a chance da autora falar de forma delicada sobre temas muito importantes como liberdade, escolher conscientemente nosso destino e não viver o que alguém determina para você.

Os personagens são como disse bem escritos, com uma complexidade, que mesmo sendo pessoas com poderes, são extremamente reais. Eu quis entrar no livro umas mil vezes e sacudir a Cyra e Akos, mais a Cyra do que ele, mas isso é porque as personagens femininas desse livro roubam o espetáculo. São as que mais me identifiquei e torci por elas.

Por todos esses detalhes, esse livro acabou sendo bem superior ao final da outra saga famosa da autora – sim estou falando de divergente com aquele final horrível. – e indico a todos que gostam de tramas com uma leve pitada de ficção cientifica, jornadas de heróis, ou melhor dizendo, jornadas de autoconhecimento e de descobrir se existem dentro de cada um, o potencial de ser mais do que alguém que sobrevive aos dias e sim alguém, que toma nas mãos o seu destino e vive realmente. E se eu não amei o final, pelo menos posso dizer de que ele combina com livro.

Indico a leitura dessa duologia, e a espera de novos livros da verônica, ela se redimiu comigo afinal.

“Em shotet, a palavra significa apenas arrependimento, mas em zoldano há três palavras. Uma para desculpinhas, uma para desculpas regulares e uma significa mais ou menos: O que eu fiz cortou um pedaço de mim.”

Beijos e até a próxima.