Ensaio sobre a Lucidez - José Saramago

11 de abril de 2019

Título: Ensaio sobre a Lucidez
Autor: José Saramago
Páginas: 328
Ano: 2004
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Romance português
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:   

Sinopse: Numa manhã de votação que parecia como todas as outras, na capital de um país imaginário, os funcionários de uma das seções eleitorais se deparam com uma situação insólita, que mais tarde, durante as apurações, se confirmaria de maneira espantosa.
Aquele não seria um pleito como tantos outros, com a tradicional divisão dos votos entre os partidos "da direita", "do centro" e "da esquerda"; o que se verifica é uma opção radical pelo voto em branco. Usando o símbolo máximo da democracia - o voto -, os eleitores parecem questionar profundamente o sistema de sucessão governamental em seu país.
É desse "corte de energia cívica" que fala Ensaio sobre a lucidez (2004). Não apenas no título José Saramago remete ao seu Ensaio sobre a cegueira (1995): também na trama ele retoma personagens e situações, revisitando algumas das questões éticas e políticas abordadas naquele romance.
Ao narrar as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da "epidemia branca" - ações estas que levam rapidamente a um devaneio autoritário -, o autor faz uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam.
O que se propõe não é a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas o seu permanente questionamento. É pela via da ficção que José Saramago entrevê uma saída para esse impasse - pois é a potência simbólica da literatura (território em que reflexão, humor, arte e política se entrosam) que se revela capaz de vencer a mediocridade, a ignorância e o medo.


Este livro foi cedido pela Editora Companhia das Letras, porém as opiniões são completamente sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora. 


Resenha do livro anterior, clique na imagem para lê-la: 



Resenha: Ensaio sobre a Lucidez é uma continuação de Ensaio Sobre a Cegueira, porém um livro com dois pontos de vista e/ou olhares diferentes um que fica logo de cara é a democracia que é regida no país em que se passa na história fictícia e o outro é a cegueira que é contada de uma forma ampla no Ensaio sobre a cegueira, nesse mostra-se um outro ponto de vista, mas reflexivo e crítico em relação a democracia em que todos os cidadãos devem votar para eleger um novo candidato, entretanto neste livro Saramago amplia suas alusões a metáforas para contar de uma forma mais clara como a democracia atual é/pode ser burlada, antiética e afins.

“Há que ter o máximo de cuidado com aquilo que se julga saber, porque por detrás se encontra escondida uma cadeia interminável de incógnitas, a última das quais, provavelmente, não terá solução. ”

Em um primeiro momento conta-se que no dia da votação está uma chuva forte e que só mais tarde os cidadãos vão votar e a maioria vota em branco e não dão nenhuma explicação a isso. Faz-se novamente uma votação 7 ou 8 dias depois da primeira e novamente a maioria dos votos são brancos. Todavia pensando que não poderia piorar o governo vai fazendo coisas revoltosas como prender as pessoas e usar detectores de mentiras para ver o que está acontecendo entre outras coisas para descobrir o porquê a grande maioria votaram em branco.

“Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos.”

Até que boa parte da população faz uma passeata em que a população assume ter votado em branco, assim como, toda história pode piorar essa piora e muito, não só ficam sem policiamento como também sem condições de abastecimento e entre outras coisas.

“Que monstruosas coisas é capaz de gerar o cérebro. ”

Portanto, e sem mais delongas leiam e vejam a maneira que Saramago nos mostra, por meio da literatura como uma democracia pode tornar-se algo pior do que qualquer coisa que imaginávamos por simplesmente a maioria votar em branco e expressar o que eles queriam. As consequências não são nadas boas nem para os habitantes, nem para os governantes.



8 comentários

  1. Oi Raquel, o livro parece ser de grande importância para a geração atual e para a população de um modo geral que parece estar tão desiludida com os políticos passando a ignorar a importância do voto e suas consequências. Afinal são os governantes eleitos que devem investir em saúde, educação, lazer, segurança... Achei a dica valiosa e vou tentar ler também ;)

    ResponderExcluir
  2. É bem legal essa ideia da democracia por trás da história e parece que a coisa fica feia aí. Bom pra gerar umas reflexões e ainda deixa um curiosidade pra entender porque dos votos em branco, a critica por trás disso, até onde esses atos extremos podem chegar e etc. Um livro pra refletir e ver a importância das coisas. Gostei dele.

    ResponderExcluir
  3. Raquel!
    Acredito que seja um livro de alerta e precisamos ler, principalmente diante da política democrática que estamos vivendo no nosso país hoje.
    Mesmo que seja uma ficção, acredito que pode abrir nossos olhos do que pode acontecer quando não expomos nosso desejo ao votar.
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
  4. Olá Raquel!
    Admiro o autor por suas críticas que promovem tantas reflexões em nós leitores. Não conheço o livro mas acho que todo regime político tem suas desvantagens e nunca estamos satisfeitos com nossos governantes. Pelo que vivenciamos nas últimas eleições a obra está mais do que atual e é um verdadeiro tapa na cara da sociedade.
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Raquel, assim como ensaio para sobre a cegueira, acredito que este seja uma leitura obrigatória, existe uma grande demanda de livros que toque nesse tema tão polêmico como responsabilidade pelas nossas decisões.

    Um livro que já quero ler, pretendo inclusive reler o primeiro antes de ler este!
    😘

    ResponderExcluir
  6. Olá! Assim que vi esse livro, imaginei mesmo, que se tratasse de uma continuação de Ensaio sobre a cegueira. Confesso que ainda não tive contato com a escrita do autor, mas sem dúvida, é uma leitura intensa e de grande aprendizado, espero muito em breve ter a oportunidade de começar essa leitura.

    ResponderExcluir
  7. Oi, Raquel
    Tenho certeza que os dois livros são de uma grande importância, mesmo sendo ficção.
    É um enredo que nos leva a refletir sobre o momento político em que estamos vivendo no país.
    Quero muito ler, beijos!

    ResponderExcluir
  8. Puxa, uma resenha de um livro de José Saramago é a melhor coisa para se ler. Esse é um livro que quero muito ler, pois tem muito a acrescentar e a aprender.

    ResponderExcluir