Autor: Saulo Ferreira
Páginas: 130
Ano: 2018
Editora: Grupo Selo Jovem
Gênero: Distopia
Onde Comprar: Lojas Americanas
Nota:
Sinopse:
Em meio a um cenário destroçado e totalmente diferente do que você está acostumado a viver, qual seria a sua reação ao acordar e se ver machucado em um carro capotado? "Perguntas demais, garoto!" Sem memória de suas origens e identidade, um rapaz corre em busca de respostas para solucionar suas aflições. Inimigos, vagas lembranças, desentendimentos e amor integram o romance fictício. Descobrir seu passado torna-se apenas um detalhe nos acontecimentos que estão por vir.
Resenha:
Em primeiro lugar, antes de mais nada, preciso dizer que histórias em que personagens perdem a memória (ou partes dela) me chamam muita atenção então esse livro já começou ganhando pontos comigo. Um rapaz acorda em um mundo completamente destruído sem lembrar de nada nem de ninguém, muito menos do que aconteceu para o mundo ficar daquele jeito. A premissa de uma realidade que vai sendo construída à medida que as páginas vão passando e o personagem principal vai se reconstruindo, junto com os leitores. Essa é uma das possibilidades de se explorar a falta de memória. Em O Novo amanhã, a opção não é essa. O autor escolhe ir para o lado em que esse fato é apenas um ponto que torna possível o mistério de quem persegue Kaleb e seus companheiros e que dá sentido para o plot que é desenvolvido (que eu não vou contar porque senão perde a graça).
O livro é uma distopia e conta sobre um mundo do futuro depois de uma guerra mundial que destruiu tudo. Ele tem todos os elementos de um mundo pós apocalíptico então vocês já devem ter pensado que é difícil ser surpreendido nesse gênero. Mas, não vamos nos precipitar, porque o livro traz surpresas sim. Uma delas (e devo dizer que uma bem grande) é o fato dos personagens principais serem brasileiros. Ainda que a história se passe em solo estadunidense (eu disse que tinha todos os elementos de uma distopia), os personagens carregam o Brasil dentro de si. Confesso, porém, que esse ponto poderia ter sido melhor explorado dentro do contexto da história, teria sido um diferencial gigantesco.
Outra coisa que me chocou foi o romance ter ficado em segundo plano. Acho que talvez tenham sido as distopias que eu li, mas todas elas o romance marcava uma presença muito forte e as vezes até competia com o ponto central da história. Aqui, Kaleb vive uma história de amor, mas ela não é aprofundada e apresenta apenas os aspectos principais para ampliar o lado sentimental da história. Foi algo que me chamou atenção positivamente enquanto lia.
A história de Kaleb e de como ele e seus companheiros aprendem a viver em comunidade em meio ao caos que está o mundo é contada principalmente através de diálogos. Por causa disso, a descrição do cenário fica um pouco de lado e mais por conta do leitor colocar sua própria imaginação para supor como era onde eles viviam. As cenas são carregadíssimas de ação e elas são tão bem pintadas que à medida que ia lendo, conseguia visualizar um filme bem estilo Guerra Mundial Z, ou outros desse gênero. Sério. À todo momento eu parava e pensava: nossa, essa parte no filme teria um efeito muito doido. Foram poucos os livros que me despertaram esse tipo de pensamento. Os diálogos também conseguiram transmitir a personalidade dos personagens e principalmente sua humanidade. Durante a narrativa, isso não foi se perdendo e gostei de ver como foi evoluindo a ponto de Kaleb chegar no final diferente de como começou.
Por fim, depois que terminei de ler vi que minha tristeza em não ter a questão da perda de memória tão explorada quanto eu gostaria não tinha muito fundamento. Todo o enredo familiar em uma situação de amnésia, por ser extremamente emocional e angustiante ao mesmo tempo, poderia ter dado um sabor à mais na história que acredito não ser muito apropriado para o objetivo que ela queria alcançar. Descobri que é uma distopia de ação e foi um dos primeiros que li, então a experiência me ensinou a olhar para narrativas desse gênero a partir de uma perspectiva diferente. A leitura foi super fluída e rápida, portanto recomendo. Vai que um dia de fato vira um filme né?! E o final pede demaaais por uma continuação então nos vemos no volume 2 :)
Ah, última coisa mesmo: o autor é brasileiro! Isso por si só já deveria ser um baita incentiva, não acham?
Olá! Sem dúvida, o fato do autor ser da nossa terra é um baita incentivo sim, Amo distopias, e por ter lido várias, fiquei bem empolgada em saber que essa traz grandes surpresas e que sim nos deixa de queixo caído, não tem como não querer conferir.
ResponderExcluirMaíra!
ResponderExcluirGosto também de livros que abordam a perda de memória e gosto de fição pós apocaliptica, mas fique triste em ver que a primeira não foi tão bem explorada, bem como o romance, seria um ótimo complemento para a leitura, né?
Bom ver ue as personagens são brasileiras.
Fiquei bem na dúvida se leio ou não...
cheirinhos
Rudy
Oi, Maíra
ResponderExcluirPor ser um autor brasileiro já desperta mais interesse em conhecer o livro, saber que os personagens são do Brasil é melhor ainda.
Não conhecia o livro, claro que vai para a lista de desejos. Com uma trama cheia de aventura, também gosto quando tem personagem com perda de memória, assim conhecemos muitos fatos.
Quero ter chance de ler, beijos!