O Ódio Que Você Semeia - Angie Thomas

2 de fevereiro de 2019

Título: O Ódio Que Você Semeia
Autor: Angie Thomas
Páginas: 378
Ano: 2017
Editora: Record
Gênero: Ficção, Jovem adulto, Literatura Estrangeira, Infantojuvenil
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota: 
Sinopse: Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos.

Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial.
Não faça movimentos bruscos.
Deixe sempre as mãos à mostra.
Só fale quando te perguntarem algo.
Seja obediente.
Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto.
Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início.
Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa.
Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.

Resenha: O Ódio Que Você Semeia é um livro que todos precisam ler. Uma história como esta mostra a verdadeira relação do negro e o racismo que está tão presente no nosso dia a dia, e marcado na pele das pessoas negras.

A história começa com Starr, uma jovem negra  que mora em um gueto e acaba vendo seu amigo de infância ser assassinado diante de seus olhos por um policial.  Não há nenhum motivo, eles são enquadrados pela polícia, e da pior forma, o policial atira contra seu amigo, que em nenhum momento mostrou resistência. O que resta na memória de Starr é o horror de ver o corpo de seu amigo estirado, o sangue em sua roupa, a arma do policial apontada para ela.

Starr já carregava traumas de sua infância, e sendo mulher e negra, tende a sofrer ainda mais pela sociedade.  A autora por vivenciar isso na pele consegue falar com propriedade sobre esse assunto. 

Além disso, as questões de inseguranças de todo adolescente e a importância de tomar decisões é algo que assombra nossa protagonista constantemente.  Starr carreguava em seu peito a completa revolta por todo o ocorrido, mas ainda assim a indecisão se ela consegue realmente colocar a cara a tapa para tentar fazer esse quadro mudar a permeava. Contudo, nossa protagonista vai passar por todos esses obstáculos e com a ajuda da família, peça essencial para que ela tomasse a coragem necessária, ela vai em busca de justiça a seu amigo.

O Ódio Que Você Semeia possui uma história que está longe ser apenas fictícia. Infelizmente, pessoas negras são alvos da violência todos os dias. Angie Thomas carrega em cada palavra a importância de se tratar desse tema, e é impossível você não sentir o impacto da história. A autora  mostra o racismo como ele verdadeiramente é,  sem clichês, sem invenções ou eufemismos. Sua escrita é muito maleável, você consegue fluir com toda a história muito rápido, pois ela sabe calibrar muito bem entre falar sobre um assunto muito pesado, mas de forma que você não fique recluso a história, mas sim instigado com seu desfecho.

Acho que é importante frisar que em país onde o ódio está tão gratuito, o amor tem que ser a resposta. Esse livro se faz muito importante nos tempos em que estamos vivendo.

A história de Starr ganhou sua adaptação cinematográfica estrelada por Amandla Stenberg, e chegou aos cinemas brasileiros no dia 6 de dezembro de 2018, em uma mega produção da 20th Century Fox.

7 comentários

  1. Eu li esse livro o ano passado em um projeto do livro viajante e que livro, que história, não tem como não sentir a dor da Starr e aquele livro que faz a gente parar para pensar e ensina muitas coisas. Ainda não consegui assistir ao filme já que não passou em muitos cinemas mas estou ansiosa para ver como que ficou Adaptação para os cinemas.

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  2. Nossa, senti muito a força desse livro apenas lendo a resenha. Infelizmente é uma história que deixa mesmo de ser só ficção e lembrar que o que ocorreu com esses amigos acontece diariamente é ainda mais assustador. E imagina passar por isso tudo no meio da adolescência, a mente da Starr deve ter ficado tão abalada. Com certeza é um livro que irei ler

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  3. Olá! Esse livro está na minha lista há um tempo, por indicação de uma amiga e eu quero muito conferir essa história tão tocante e infelizmente tão verdadeira. Já fiquei emocionada só vendo o trailer (ainda não assisti ao filme) e com a resenha, imagina lendo o livro. É muito triste saber que essa é a realidade de muitos e que o racismo ainda faça parte do nosso dia-a-dia.

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  4. Oi Cinthia!
    Chega a ser triste ler um livro assim e perceber que vivenciamos isso no nosso dia a dia né?
    É uma história que vemos sempre em jornais, tv, etc. Pode parecer estar longe de nós, mas quantas Starr não passam por isso todos os dias?! Ainda não li, na verdade nem conhecia o livro, mas com certeza irei ler, e como você disse, TODOS devem ler esse livro! Parabéns pela resenha!
    Ah, eu quero muito ver a adaptação também, tenho certeza de que a escolha de atores foi certeira.
    Beijos

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  5. Olá, esse livro tem uma história forte e infelizmente muito verdadeira, o racismo está presente em nossa sociedade e muitos fingem não ver, o que fará com que ele continue... Esse livro se faz importante para colocar o tema em debate.

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  6. O que mais me chama a atenção nesse livro é o tìtulo, acho que é um título muito forte. A història desse livro é o tipo que evito, pois acho muito triste, porém necessària. Quero muito assisti ao filme antes da leitura.

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  7. Oi, Raquel
    Não li o livro, mas esta na minha lista de desejos desde o seu lançamento.
    Como você mesmo disse quem melhor do que a autora para falar desse assunto com tanta propriedade, ela sofre na pele.
    Quero muito ler e poder assistir ao filme, uma pena ele não ser tão divulgado no Brasil.
    Beijos

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