O Beijo da Serpente (As feiticeiras de East End, 2) - Melissa de la Cruz

Título: O Beijo da Serpente - As feiticeiras de East End, 2
Autor: Melissa de la Cruz
Páginas: 368
Ano: 2012
Editora: ID
Gênero: Ficção
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota: 

Sinopse: A sedutora família Beauchamp, apresentada no livro As feiticeiras de East End, retorna em O beijo da serpente, com reviravoltas vertiginosas no enredo. Depois da queda misteriosa da ponte de Bofrir, as três deusas de Asgard, Joanna e suas filhas Ingrid e Freya, ficaram presas no mundo dos homens e impossibilitadas de retornar ao delas. Começam a se acostumar com a paz recém-descoberta que impera na pequena cidade de North Hampton, Long Island. Acreditam que enfim terão uma rotina normal: Joanna gosta de cuidar de suas plantas, Freya cria drinques mágicos no bar onde trabalha e vive intensamente seu amor com Killian, e Ingrid, a bibliotecária, toma coragem em assumir de vez sua paixão pelo mortal Matt Noble. Até que tudo vira de cabeça para baixo e elas precisam resgatar seus poderes de feiticeiras!

Resenha:

Em toda nossa vida envolvida no universo literário e cinematográfico sempre existiu uma certa crença de que as sequências nunca conseguem superar o primeiro. De fato que no mundo dos livros isso é não é tão frequente quanto no mundo dos filmes, mas mesmo assim costuma ser algo que as pessoas acreditam. Eu esperava ansiosamente que este caso fosse diferente e que o segundo livro conseguisse superar o primeiro. Eu queria que o beijo da serpente fosse mais doce na minha pele do que os feitiços das feiticeiras de East End. E (neste momento permito que vocês achem isso estranho) de certa forma ele foi melhor e pior que o primeiro, se é que é possível.

Foi melhor porque as histórias dos personagens estavam mais conectadas e eles todos passaram a trabalhar em uma mesma causa. No final do primeiro livro, conhecemos Freddie, o irmão gêmeo de Freya e ele chega trazendo uma acusação muito grave em direção à Killian. Ao longo da narrativa de O Beijo da Serpente, essa acusação vai sendo desenvolvida até culminar em descobertas e acontecimentos que ameaçam o equilíbrio do mundo e da vida da família Beuchamp. Até viagem no tempo faz parte desse desenrolar. Além disso, o plot do Freddie ganha vida e traz elementos determinantes para a história.

Mas esse livro foi pior que o primeiro porque precisei chegar na página 200 (de 368) para conseguir me conectar com a história e deixar a leitura fluir um pouco mais. Até esse momento era como se eu lesse quatro histórias diferentes (Freya, Ingrid, Freddie e Joanna) que eventualmente se relacionavam. Por causa disso, a narrativa passava muito devagar. Foi só a partir da página 200 que as coisas começaram a se relacionar e todos estavam “vivendo” juntos dentro da estrutura da história. Essa demora para as coisas realmente começarem a acontecer deixou a leitura um pouco tediosa. Ainda bem que depois as coisas passam a acontecer e dão uma certa melhorada.

Ainda tenho ressalvas com a escrita da autora, que não desenvolve elementos que tem muito potencial e resolve os conflitos de um jeito muito superficial, como se ela precisasse que aquilo fosse resolvido, mas não sabe como então qualquer jeito serve. E normalmente esse jeito envolve recuperação de memória. Por algum motivo obscuro os deuses que moram aqui na terra nunca lembram que todos se conhecem e no momento mais oportuno a memória volta e tudo faz sentido (um pouco conveniente para a autora, mas quem sou eu para falar não é mesmo?).

Uma coisa que me deixou MUITO feliz foi a melhora considerável na tradução. Me lembro que na resenha do primeiro volume, eu pontuei que a tradução tinha me incomodado muito e nesse eu já não fiquei incomodada (ouvi um amém?). Isso realmente me fez dar mais uma chance para a história. Por fim, eu gostei de verdade de como o livro acabou e como algumas coisas aconteceram no final da história, me deixando com vontade de ler o terceiro. Eu acredito piamente de que por mais que os livros sempre tenham lados negativos (as vezes até mais que positivos), as histórias que nos deixam minimamente curiosos para continuar com elas valem a pena serem lidas.