O Gamo-Rei - Marion Zimmer Bradley

Título: O Gamo-Rei - As Brumas de Avalon, 3
Autor: Marion Zimmer Bradley
Páginas: 211
Ano: 1982
Editora: IMAGO
Gênero: Fantasia Histórica
Adicione: Skoob
Nota:   

Sinopse:
Em AS BRUMAS DE AVALON, Marion Zimmer Bradley reconta a lenda do rei Artur, descrevendo os seus esforços para unificar a Bretanha contra a invasão saxônica, a partir da perspectiva das poderosas mulheres do reino de Avalon e Camelot. Mesmo aqueles que normalmente não gostam das lendas de Artur irão se enantar com as mulheres por trás do trono. Morgana e Guinevere lutam pelo poder, usando Artur para promover as suas respectivas visões do mundo. As intrigas e a política do reino de Camelot descritas em AS BRUMAS DE AVALON se passam quando o cristianismo começa a dominar a ilha-nação da Bretanha estabelecendo o conflito com os cultos pagãos.

Resenha:

Chegamos ao fim do terceiro livro, o que significa que só tem mais um para vivermos com Artur e Morgana. Isso é bem difícil de aceitar na verdade porque já me apeguei aos dois e sinto como se os conhecesse a muitos anos. Mas tudo bem, a vida é assim. O bom é que neste terceiro livro deu pra ter muito de Artur, de Morgana (óbvio) e até de Guinevere. A história de O Gamo Rei se passa durante muitos anos e termina mais ou menos 17 anos depois do dia em que Morgana e Artur passaram pelo ritual de Betane na Ilha do Dragão.

Começamos a história vendo um pouco do filho de Morgana lá no reino de Lot. Ele foi criado por Morgause e ela foi a única mãe que ele conheceu. Como filho do Grande Rei ele é seu sucesso direto, mas ninguém sabe de sua existência e nem mesmo ele sabe quem é seu pai. Até o dia em que Viviane e Merlim chegam a Lot para levar o menino para Avalon, para que ele seja criado e educado dentro da religião da Deusa. Ele precisa conhecer os caminhos dos druidas e guerreiros porque um dia terá que substituir seu pai no trono da Bretanha. É o que acontece quando o gamo novo nasce e precisa tomar o lugar do Gamo Rei.

Falando nele, Artur está cada vez mais cristão e menos ligado à deusa. Sua filiação aos padres coloca em risco sua relação com Avalon e é para isso que Viviane leva o filho dele e de Morgana, porque se Artur não cumprir seu juramento com a Deusa, ele será destronado pelo seu próprio filho e a Bretanha terá um rei por Avalon. O plano de Viviane e da Deusa desde o início era que esse filho fosse a ponto de influência de Morgana em Artur, para sempre o lembrar de quem o colocou no trono. Juntos os dois governariam o reino e conseguiriam acabar com a luta entre os cristãos e os pagãos. Mas Morgana não percebeu isso na época, o que fez com que ela fugisse de Avalon e acontecesse tudo que aconteceu no segundo livro.

E vai além porque Artur começa a se dobrar às crenças de Guinevere. Mesmo depois de anos de casamento, ela ainda não o conseguiu dar um filho e tel a plena certeza que foi amaldiçoada por Deus por ter se entregado a outro homem fora de seu casamento, mesmo que tenha sido por causa de seu marido. Em determinado momento deste livro, uma verdade a muito escondida vem à tona e coloca à prova a relação entre os dois, mostrando de que lado Artur realmente está. Ele é um homem com um coração bondoso e conhecemos mais de sua personalidade nesse livro. O que ele mais quer é a felicidade de todos do seu reino, mesmo que isso custe a sua própria. Além disso, Artur tem um magnetismo que faz com que mesmo aqueles que não tem razão nenhuma para gostar dele se sintam atraídos e subitamente com vontade de agradá-lo. Eu acho que talvez seja por isso que ele nos encanta tanto. Ou pelo menos a mim.

Quanto à Morgana, acontecem tantas reviravoltas em sua vida que é até dificíl enumerá-las sem fazer com que sua história perca a graça. O que posso dizer é que ao longo dos anos na corte ela se perde e para encontrar seu caminho de volta ela precisa percorrer estradas “pedregulhosas”. Ela sempre vai ser a personagem que mais me fascina nesse mundo, justamente por conseguir sair de qualquer buraco em que ela cai, mesmo que demore um tempo e ela adquira algumas cicatrizes. Ela é humana (na medida em que uma sacerdotisa de um reino mágico consegue ser). O que ela sente é humano e ela honra isso até o fim. Torcemos para seu sucesso porque nos identificamos com suas questões.

O Gamo-Rei é um livro com uma leitura muito boa, que te insere na história sem que você queira sair dela. Tudo bem que os diálogos de Marion poderiam ser mais claros e objetivos, mas eu valorizo a escrita dela porque ela consegue nos entregar personagens que falam diretamente conosco e não tem vergonha de assumir o que são. Esse com certeza foi o meu preferido dos três livros, cheio de intrigas da corte, romance, ação e reviravoltas. Além disso, a magia e a cultura de Avalon não para de me encantar. Os rituais, os conhecimentos, a importância da mulher. Tudo isso me faz querer cada vez mais fazer parte de Avalon. Então aguardo ansiosamente o desfecho dessa história. Mesmo que seja ruim ter que ficar sem eles depois. Até O Prisioneiro da Árvore (já morrendo de curiosidade para saber que é ele).