Autor: Cassandra Clare
Páginas: 554
Ano: 2016
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Livraria Cultura
Nota:
Sinopse: Em um mundo secreto onde guerreiros meio-anjo juraram lutar contra demônios, parabatai é uma palavra sagrada. O parabatai é o seu parceiro na batalha. O parabatai é seu melhor amigo. Parabatai pode ser tudo para o outro mas eles nunca podem se apaixonar. Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip, e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira. Suas buscas levam Emma de cavernas no mar cheias de magia para uma loteria sombria onde a morte é dispensada. Enquanto ela vai descobrindo seu passado, ela começa a confrontar os segredos do presente: O que Julian vem escondendo dela todos esses anos? Por que a Lei Shadowhunter proíbe parabatais de se apaixonarem? Quem realmente matou seus pais e ela pode suportar saber a verdade?
A magia e aventura das Crônicas dos Caçadores de Sombras tem capturado a imaginação de milhões de leitores em todo o mundo. Apaixone-se com Emma e seus amigos neste emocionante e de cortar o coração no volume que pretende deliciar tantos novos leitores como os fãs de longa data.
Resenha: Essa é provavelmente uma das resenhas mais difíceis que me dispus a fazer (isso porque nunca me atrevi a falar de As Peças Infernais, ficaria uma eternidade, acreditem). Difícil porque ser imparcial nessa situação é uma tarefa árdua, senão impossível. Faz mais de 5 anos que peguei um portal para o Mundo das Sombras e as histórias não param de me surpreender. Eu me identifiquei com várias situações, personagens e as histórias me despertaram mais emoções do que consigo contar. E todos bem sabem como dou muito valor às emoções que os livros causam na gente. Então, 9 livros, mais aqueles de colecionador e algumas decepções depois, eu desenvolvi uma ligação com esse universo e com a escrita que impede uma certa imparcialidade na “análise” dessa obra.
Cassandra Clare tem um poder secreto que dá a ela a capacidade de sugar o leitor para dentro do mundo que ela criou com uma facilidade incrível. Se você é um entusiasta da fantasia certamente será sugado, como eu fui e como muitos também foram ao meu lado. Mesmo com o livro fechado, descansando enquanto realizamos nossas outras atividades diárias, a aura do universo continua sobre nós. Os personagens e as tramas que os envolvem são contagiantes e plantam lá dentro da gente aquela vontade de sentar e deixar que as palavras nos carreguem para a realidade turbulenta, dramática e levemente injusta dos Caçadores de Sombras.
Mas passemos para a Dama da Meia Noite então. A história se passa no Instituto de Los Angeles, 5 anos depois do final da Guerra Maligna (o plot dos Instrumentos Mortais). Dessa vez, os protagonistas são Emma Carstairs, Julian Blackthorn e o resto de sua família. Os pais de Emma morreram durante a Guerra Maligna e portanto a morte deles foi associada à Sebastian Morgenstern (o grande causador da guerra). Porém, Emma acredita com todas as forças que ele não é o assassino de seus pais e desde que a guerra acabou ela busca (por baixo dos panos da Clave) a verdade. Assim, quando assassinatos começam a ocorrer pelas ruas de Los Angeles, deixando as vítimas do mesmo jeito que ela encontrou seus pais, Emma se envolve com os crimes para tentar entender qual a relação dos acontecimentos e quem sabe ter sua tão esperada vingança.
O livro narra então as investigações da garota, que acaba envolvendo todos que moram no Instituto. Principalmente porque a ajuda que eles recebem vem de um ente muito querido da família Blackthorn que desde a Guerra foi obrigado a ficar longe de sua família. Mas como a vida não é um mar de rosas, e para Caçadores de Sombras é menos ainda, eles precisam conduzir toda a investigação escondido do Conselho porque qualquer envolvimento com fadas é proibido (também por causa da Guerra). Assim, eles precisam mentir para alguns de seus amigos e lutam todas as batalhas sem reforços, correndo riscos cada vez mais altos. Ainda mais porque eles descobrem que é magia negra que ronda os assassinatos.
Não posso dar mais detalhes porque Cassandra Clare é danada para esconder elementos que à medida que a leitura vai desenrolando eles começam a se conectar e tudo passa a fazer sentido. Essa é uma das coisas que fazem os livros dela valerem a pena serem lidos. Nada é falado por acaso e sempre tem um plot twist que você nunca espera. O interessante é que depois que os fatos são revelados você se lembra desses detalhes que nem sabia que tinha guardado na memória e conecta tudo. Eventualmente ela vai conectar para você, mas dependendo do seu grau de envolvimento com a história você vai juntar os pedaços algumas páginas antes.
Tá, preciso admitir uma coisa: determinados elementos da história são muito “convenientes” para os personagens e aparecem exatamente do jeito que precisam para poder arredondar a conta. Tem gente que acha isso ruim, que acha que o escritor faz aquilo para facilitar a vida dele. Dependendo do nível da coisa realmente incomoda muito, como em alguns volumes de Instrumentos Mortais (pano para outra resenha). Mas em Dama da Meia Noite isso quase não acontece e honestamente não fiquei incomodada hora nenhuma.
Uma coisa que eu acho que a Cassandra Clare deveria ser parabenizada é por ter mudado o perfil dos seus personagens. Nas outras duas séries, Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais, várias características de determinados personagens são bem parecidas. Alguns dirão que é a linhagem sanguínea, mas de certo que podemos reconhecer uma certa “fórmula” (não entenda isso como falta de criatividade, de modo algum) na construção dos personagens. Só que dessa vez ela não usou aquela imagem do mocinho misterioso e galã que esconde um segredo (apesar de Will Herondale ser o amor eterno da minha vida) e da mocinha que ainda não conhece muito da vida, vai aprender e se tornar independente depois que entra nesse mundo. Nessa história Emma é uma garota determinada, aventureira e muito independente. Às vezes um pouco insensível (pela forma como terminou com seu namorado) e muito leal a sua família. Ela não é insegura, nem tem medo de se machucar, seja com assuntos do coração ou de luta mesmo. Perdeu os pais muito jovem então precisou aprender a se virar sozinha e a ser forte, mas não se fechou para o amor.
Sua única fraqueza é seu amor por sua família e por seu parabatai, Julian. Este, é o artista de alma bondosa que faz de tudo por aqueles que ama, tudo mesmo. Ele lutou na Guerra Maligna, perdeu seu pai, viu seu irmão mais velho ser levado pela Caçada Selvagem das Fadas e a irmã mais velha exilada em uma ilha simplesmente por ter sangue de fada. Então, aos 12 anos, ele se tornou responsável por quatro crianças que perderam o pai e as referências mais velhas. Precisou juntar os pedaços de sua família e criar os irmãos. Perdeu o fim de sua infância e se transformou em um pai, uma figura de exemplo e um líder para o Instituto. Com o passar dos anos, os fardos foram se somando nos seus ombros e pesando cada vez mais. Por tudo isso, Julian não mede esforços para proteger sua família, mesmo que isso signifique eventuais traições e manipulações.
O livro traz um amor proibido muito interessante e instigante que vai satisfazer toda a necessidade por romance. Além disso, ela traz uma discussão social com a questão do “isolamento” das Fadas, que apesar de terem errado durante a Guerra Maligna sofreram consequências mais do que injustas. Todo o relacionamento delas com a Clave foi cortado e são proibidas de receber qualquer tipo de ajuda. Isso abre espaço para uma discussão sobre preconceitos e dominação institucional que não estava presente nos outros livros. Fora que Emma e Julian são declaradamente opositores às leis severas, ao sentimento de superioridade e às punições sem sentido da Clave. São jovens com um espírito “revolucionário” dentro deles. O tal amor proibido que os diga.
A escrita de Cassandra Clare continua envolvente e simples. A narrativa é extremamente dinâmica e apesar do grande número de páginas do livro, você não as vê passar. A única coisa que me irritou profundamente foi o cliffhanger no final. Sério! Por que isso? Sorte a nossa que Senhor das Sombras acabou de ser lançado. Por fim, você não precisa ter lido as séries anteriores para entender essa história. É claro que é bom porque você reconhece alguns personagens que voltam a aparecer (Hello Tessa e Magnus <3), existem várias referências ao longo do livro às histórias anteriores que são muito divertidas de reconhecer, o que acaba te trazendo alguns spoilers caso não tenha lido ainda. Mas não precisa disso. Ela introduz novamente os elementos cruciais do Mundo das Sombras para deixar todos os leitores, até aqueles que já sabem, mas esqueceram (eu aqui) por dentro de tudo. Bom, acho que já me alonguei demais. Só sei que os Caçadores de Sombras são pessoas que valem a pena ser conhecidas e existem muitos Institutos para visitarmos. Agora é só escolher por onde começar ;)
Oi Maíra, li os 6 livros da série Instrumentos Mortais, gostei demais é claro e quero continuar a acompanhar as histórias de Cassandra Clare e essa em especial, que teve seu inicio la no livro 6 da série se não me engano, quando Julian e Emma aparecem. A resenha tá empolgada e curti muito, você abordou bem o livro sem dar spoilers e curti a descrição da personalidade de Julian, acho que vou curtir muito ele, mais até do que Emma. A única coisa que me deixa com o pé atrás é o cliffhanger, pra que?? haha, mas é bom mesmo que o segundo já foi lançado... Ótima resenha, espero ler mais a frente *__*
ResponderExcluirMaíra!
ResponderExcluirNossa! A resenha ficou enorme e bem detalhada, parabéns!
Não conheço a série, mas amo "uma fantasia recheada de criaturas mágicas, intrigas e uma ambientação mais moderna, essa série é a pedida perfeita."
Fiquei bem interessada, principalmente porque a autora sempre surpreende em seus livros.
“Inteligência não é não cometer erros, mas saber resolvê-los rapidamente.” (Bertolt Brecht)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Acabei de concluir Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais e não preciso nem dizer que amei. Cidade do Fogo Celestial é uma ótima introdução para Os Artifícios das Trevas, afinal tudo começa lá. Julian é mais coração e Emma é toda vingança e as vezes isso me deixou com um pouco de raiva dela.
ResponderExcluirCassandra é maravilhosa!
Oii
ResponderExcluirEu tentei ler esse livro mas deixei larguei na metade. Eu não tava achando ruim, mas algo nele me cansou. Além disso eu nunca tinha lido nada da autora então de repente acho que isso deve ter contato, mesmo sabendo que não há necessidade de ler os livros anteriores da autora. Mesmo assim espero dar uma segunda chance a ele quando for possível!
Bjus
Olá! Tudo bem?
ResponderExcluirAmo a Série os Instrumentos Mortais, já li umas duas vezes. Fiquei sabendo do lançamento deste livro, mas não me interessei muito. Vejo muitas pessoas dizendo que esta série é muito boa e como amo a escrita da autora, devo dar uma chance á ela.
Amei a resenha, beijos.
Olá!
ResponderExcluirEu estou com meu desejo enorme de ler a série os instrumentos mortais, já que conheci através da série. Esse livro me chamou bastante atenção pela capa que é maravilhosa, sobre a trama fiquei bem curiosa com esse assasinado dos pais da garota, ainda sim fiquei me perguntando se há uma ligação entre esse livro é os instrumentos mortais?! Já está em minha lista de desejados!