Autor: Andrew Michael Hurley
Ano: 2016
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Amazon
Nota:
Resenha:Sinopse: Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem.O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante,Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês.
Trago para vocês a resenha desse livro intenso, que me
arrancou da minha zona de conforto e me jogou no mar da incerteza. Nadei e
consegui chegar até aqui... Minha fé continua inabalável, mas minha loucura
chegou a níveis inimagináveis!
Primeiro romance de Andrew Michael Hurley,
Loney é uma experiência literária no mínimo interessante. Com traços
de horror gótico, a narrativa ultrapassa qualquer definição pré-estabelecida,
pois encontramos traços de suspense, drama, terror psicológico, fanatismo
religioso, rituais, problemas familiares, fé e o poder da natureza.
Tonto como foi apelidado pelo Padre Bernard, narra os eventos
que envolvem uma das inúmeras peregrinações de sua família para o litoral
Lancashire na Inglaterra, numa faixa da costa conhecida como Loney, durante o
ano de 1976. Uma viagem muitas vezes motivada pela busca incessante de sua mãe Sra.
Esther Smith, pela tão sonhada cura de seu irmão Hanny, um menino “mentalmente
perturbado”, desprovido de fala. A mãe Esther acredita que o lugar detêm
poderes que possam restabelecer a saúde do filho.
Tonto e sua família são a família padrão, católicos
fervorosos vão à igreja regularmente.
Esther é extremamente rigorosa em sua fé, chegando a ser inclemente com
a família. O pai fazia de tudo para seguir as vontades da esposa, tudo em prol
da “paz familiar”.
Padre Bernard McGill assume na paróquia, posterior o padre
Wilfred perder a sanidade, a fé e a vida, após uma de suas viagens a Loney.
Porém o que era pra ser uma inclusão serena acaba sendo uma luta velada entre o
Padre e Esther. Ela querendo que o novo sacerdote mantenha os costumes do
antigo pároco e ele almejando trazer mudanças que satisfaçam a todos. Assim,
motivado por sua vontade de agradar os fieis, padre Bernard leva os peregrinos
a Loney.
Loney em si é uma baía, que tem mudanças rápidas entre a
maré, atingindo curiosos e desavisados, roubando-lhes a vida. Já do outro lado
da baía temos uma pequena ilha, lugar esse que existia uma casa conhecida como
Thessaly, onde reza a lenda que o local já foi á casa de uma bruxa, que acabou
sendo enforcada por sua perversidade.
Loney é muito mais que um local imponente, é o protagonista
da história. Espalha medo e molda o caráter daqueles que lá vivem e traz mal
estar para aqueles que o visita.
A robustez da história de Hurley reside nos personagens bem
desenvolvidos, na exuberância do amor de Tonto pelo seu irmão Hanny, dos
moradores locais esdrúxulos que causam arrepios, nos elementos da natureza
apavorante, na fé quase desvairada de sua mãe. O leitor se sente compelido a
participar da narrativa, seja por curiosidade, seja por covardia de abandonar o
livro.
A edição da Editora Intrínseca está
perfeita! Em capa dura preta, com uma jacket macia ao toque. As folhas são de
papel pólen e a diagramação enxuta com fonte agradável.
Recomendo a leitura, mesmo sabendo que existem momentos de
tensão na narrativa. Há diversas perguntas sem resposta, e acredito que cada
leitor deve chegar a suas próprias deduções.
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