Páginas: 200
Ano: 2016
Editora: Coerência
Gênero: Fantasia
Adicione: Skoob
Onde Comprar: Saraiva
Livro Cedido pela Autora para resenha
Nota:
Sinopse:
Não existem heróis, tampouco vilões. Por trás de atos raivosos e atrocidades tenebrosas, há sempre uma verdade triste. Ninguém consegue mascarar a maldade que há dentro de si, por muito tempo. Hunter, O caçador de monstros, conta a história de Nicholas Blanco – um adolescente comum, com objetivos comuns e aparência mais comum ainda – que se depara com uma verdade surpreendente sobre seu passado e a confirmação que pode ser e fazer muito mais do que o que sempre imaginou para o seu futuro. Conta também a história de Ramon Blake, um jovem caçador no passado, que teve o amor de sua vida brutalmente arrancado de si e se deixou dominar pela dor e pelo ódio. Essa é uma história sobre caçadores que descobrem ser tão ou mais horríveis que as próprias criaturas que caçam.
Resenha:
Imagine uma pessoa fascinada com bruxos, vampiros, lobisomens, mistérios, aventura e ação. Agora imagine uma pessoa que adora ler sobre essas coisas, entrar em histórias e mais histórias que envolvem esses personagens. Esta sou eu, uma pessoa truly, madly, deeply apaixonada pela fantasia. Se eu estou exagerando? Talvez, um pouco, sim. Mas a verdade é que eu já li vários e vários tipos de livros e os fantásticos sempre ganham um lugar especial no meu coração. Portanto, quando li a descrição e a sinopse de Hunter me animei para a leitura e a comecei cheia de esperanças.
Agora vou te pedir para fazer mais um exercício de imaginar (o último, juro). Pense naquela personagem diferente, muitas vezes excluída na escola, tachada de esquisita, tem problemas familiares, sente que não pertence àquele lugar, com poucos amigos e uma paixão enlouquecedora pela pessoa mais popular que está em um relacionamento com alguém bem babaca. Como eu sei que todos os exemplos que vieram à sua cabeça foram de personagens femininas vou ter que te contar que esse não é o caso. A única diferença para seus exemplos é que aqui é um homem quem está nesse papel. Nick, o outcast, o underdog. Aquele que nós sabemos que vai fazer parte de algo especial e descobrir sua importância singular para salvar a humanidade.
Ele era um garoto comum, que nunca tinha beijado uma menina, ansiava pelo amor verdadeiro e vivia nas sombras da sociedade. Nada de diferente ou emocionante em sua vida, o oposto do que ele queria que fosse verdade. Sua tia e seus dois melhores amigos eram a única família que ele ainda tinha em Nísia, Floresta, no Rio Grande do Norte, e os únicos que davam um pouco de sentido para sua vida. Por isso, quando Jason Blake resolve ir atrás de seu pai, Nick aceita o convite do amigo para o ajudar nessa caçada (vocês vão perceber a ironia dessa palavra mais tarde) e quem sabe assim ele teria um pouco de emoção na sua vidinha pacata. Eles partem atrás de respostas e, no caso do nosso protagonista, atrás da descoberta de um lugar para ele no mundo. Sarah, a irmã de Jason e uma jovem decidida, independente e forte fica para trás, sendo obrigada a experienciar os efeitos das traições que perpetuam em sua família.
Quando Nick e Jason chegam no México eles descobrem a bomba que a família dos dois escondeu durante tantos anos. Monstros existem, os mesmos que escutavam em histórias para crianças, são destruidores e perigosos e mais do que isso, os dois fazem parte das únicas três famílias no mundo que podem caçar e impedir que esses monstros destruam os humanos. Além disso, Nick descobre que ele é uma peça importante no seu ramo genealógico da história, o único descendente da linhagem e do poder que vem com ela (não falei que a gente já sabia do papel super especial dele para a salvação da humanidade?). Ah, mas a bomba não para por aí não, Jason descobre que seu querido papai que ele tanto procurava era um grande traidor sem alma que busca uma única coisa: vingança contra aqueles que tiraram seu maior tesouro (onde eu já vi isso antes?).
Os dois precisam então conviver com tudo isso e ainda viver a vida de caçador, dentro da enorme base dos caçadores, em Santa Fé. Lá é uma mansão gigante que treina e abriga caçadores das três famílias e consequentemente os dois meninos também. Somos introduzidos a novos personagens como os gêmeos Breno e Bruno e a misteriosa Kirah, uma brasileira que promete causar alguns probleminhas. O livro é narrado em primeira pessoa, mas alguns capítulos contam a visão de outros personagens para situar o leitor no tempo e nos conflitos. A escrita é simples e a história é dinâmica, o que ajuda a leitura a ser rápida e objetiva. O começo pode te desanimar, mas quando as palavras começam a contar sobre a razão por trás da história dos três amigos a leitura flui. Eu me compadeci dos dois amigos durante um bom tempo e alguns acontecimentos depois eu já tinha sentido algumas emoções aflorarem em mim (e sempre valorizo muito quando isso acontece). Posso dizer, portanto, que por mais que vários elementos sejam extremamente comuns nesse tipo de história eu me surpreendi com a relação das três famílias e da estrutura em que elas se organizam.
Além disso, é muito interessante o modo como os seres mágicos estão entrelaçados e como, de alguma forma, eles precisam uns dos outros para manterem a ordem e o equilíbrio, por mais que eles jamais admitam isso. A autora conseguiu criar alguns pontos abertos que despertam curiosidade e dão um certo mistério na história, como o real motivo atrás da morte dos pais de Nick e de tantos outros órfãos que moram na sede dos caçadores. A princípio, a relevância da narrativa na visão de Richard (um dos filhos do poderoso chefão caçador) ainda era uma incógnita na minha cabeça, mas com o decorrer da história (mais especificamente no final) o motivos ficam ligeiramente mais claros. Não que eles passem a fazer sentido, estão longe disso, mas deixam uma abertura muito grande para o desenrolar da história, que promete muito se for bem explorada. Apesar de uma morte (não vou falar de quem por motivos de spoilers) um pouco no sense no final, as possibilidades que a trama abre são convidativas para que eu continue nessa caçada. As sereias me convenceram, confesso. Isso que dá ser apaixonada por monstros.
Oi, Maíra!
ResponderExcluirEu vi comentários sobre esse livro e todos foi bem positivos, na medida do possível.
Eu também sou uma pessoa apaixonada por monstros, apesar de ter lido tanto na adolescência que estou um pouquinho saturada ainda. Mas com certeza daria uma chace a esse livro.
Beijos
Balaio de Babados
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