Filha da Floresta - Juliet Marillier

22 de junho de 2016

Autor: Juliet Marillier
Páginas: 616
Ano: 2012
Editora: Butterfly
Adicione: Skoob
   
Livro cedido pela Editora para Resenha

Sinopse: O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos...
Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção.

Resenha: Em um tempo em que bárbaros, bretões, vikings e tantos outros povos viviam em constante disputa por terras, viver na floresta com sua família feliz para sempre nem sempre era possível, mas Sorcha ainda sonhava com isso e até certo ponto viveu assim, até o dia em que uma mulher misteriosa surge do nada e seduz seu viúvo pai e aos poucos vai causando a discórdia entre seus irmãos, empregados e população das terras de Sevenwaters, todo o seu lar.
“O nome de nossa província vinha das setes correntes de água que desciam das montanhas em direção ao lago rodeado pelas árvores.”
Sorcha é a sétima filha de um sétimo filho, ela e seus irmãos são inseparáveis e sempre que podem estão juntos ajudando uns aos outros. Liam, Diarmid, Cormack, Conor, Finbar e Padriac são esses os nomes dos seus irmãos, seus protetores, melhores amigos, seis versões do mesmo padrão e ao mesmo tempo tão diferentes. Aqueles que dariam a vida por sua irmãzinha mais nova, aquela a quem prometeram proteger a sua mãe em seu leito de morte, custe o custar.

Vivem no meio de uma densa floresta, seu santuário, lugar que só os nativos sabem se locomover.  Pessoas de fora, invasores ou mesmo os vizinhos de terras próximas viviam se perdendo e sumindo misteriosamente. Ela é sua fortaleza protetora, lugar que tinham grande respeito, tudo o que retiravam da floresta era agradecido.

Havia uma magia envolvida naquelas terras, seres mágicos que de alguma forma ditavam como a vida deveria ser mantida. E o povo de Sevenwaters sabia disso, e faziam tudo de acordo com os costumes. Cada estação era comemorada com cerimônias pagãs de boas vindas. Tudo ia de acordo com os costumes até que um dia os guardas do Lorde Colum, pai de Sorcha e senhor de Sevenwaters, trazem a ele um invasor, um jovem rapaz, um Bretão. Para todos os efeitos ele era um inimigo, e logo acharam que ele foi às terras deles para observar a localização do seu dono, sua segurança, seus costumes, para então voltar e relatar aos superiores e, por conseguinte organizar uma invasão. Claro que estavam errados, mas até que se provasse o contrário seria tarde demais.

Então Finbar seu irmão mais próximo lhe pediu um favor, uma ajuda para libertar o estranho rapaz, pois ele temia por sua vida. E assim começa a mudança na vida de todos eles, ela ajuda o irmão a libertar o forasteiro, e logo descobriria que teria que ajudar a cuidar de suas feridas, já que ela era uma espécie de curandeira. Foi seu primeiro contato com alguém de fora de suas terras, sorte que na sua comunidade havia um padre, que já vivia entre eles há muitos anos, e os ensinou a língua dos bretões. Quando precisavam cuidar da saúde de alguém logo a chamavam e Padre Brien assim que aceitou cuidar do rapaz as escondidas logo solicitou a ajuda de Sorcha.


Foram dias sofridos por que o rapaz se negava a se ajudar a curar, achava que queriam curá-lo para depois matá-lo, foi difícil o convencer do contrário e quando tudo estava começando a entrar nos eixos, Sorsha precisou voltar para casa com urgência. E nesse instante ela descobriu o que era viver infeliz e ver sua família simplesmente desmoronar, é que seu pai voltou de uma viagem com uma noiva, uma mulher que logo despertou os piores pressentimentos nela. E não foi em vão, essa mulher manipulava seu pai como bem queria, e passou a fazer o mesmo com um dos seus irmãos, e assim como Sorsha outros começaram a ver que aquela mulher não era comum, se tratava de uma bruxa, alguém que assim que teve a oportunidade lançou sobre os seis irmãos de Sorcha uma maldição, algo que só ela poderia quebrar, isso por que escapou por pouco de ser capturada pelas garras da magia da Lady Oonagh.

A bruxa transformou cada um dos rapazes em cisnes, e antes que perdessem a consciência eles a pediram para que ela fugisse, em seu desespero correu floresta a dentro, foi se encontrar com Padre Brien, porém este já estava morto, envenenado, provavelmente pela feiticeira.

Então Sorsha teve um contato com os seres da floresta, a Dama da Floresta, ser máximo, a rainha da magia. E ela a orientou costurar seis camisas a mão. Feitas da fibra de uma planta difícil de ser manejada, e assim a vida de Sorcha se torna um inferno. Ela se ve sem família, sem seus amados irmãos, seu amigo Padre Bien, e sozinha na floresta, tendo que colher a planta cheia de espinhos, tecer, fiar e costurar. Tudo de modo rústico, feito com o que ela conseguisse na mata.

Viveu a partir daí numa caverna. Apenas ela, uma cadela que pertencia a um dos seus irmãos, e que infelizmente morreu logo em seguida tentando protegê-la de homens que a violentaram e a abusaram deixando-a a mercê da morte. Mas mais uma vez a Dama da Floresta orientou-a sair dali e seguir rio a baixo num barco. Quase que morreu não fosse a ajuda de um homem, que se jogou na água e a socorreu a tempo de morrer afogada.

Por uma reviravolta do destino esse homem a levou para além mar, para sua casa, na expectativa dela o contar algo sobre seu irmão, aquele a quem ela ajudou o padre a cuidar. Porém uma de suas tarefas para salvar seus irmãos era não falar em hipótese nenhuma, e esse valente rapaz esperou, sabia que um dia quando ela terminasse sua sofrida missão lhe contaria. E assim Sorcha passa dois anos na casa de Lorde Hugh de Harrowfield. Lugar onde ela sofreu horrores, não por ele, mas pelas pessoas que ali residiam, achavam que ela era uma bruxa, alguém que foi viver ali para semear o mal. Ela apenas queria, coitada, terminar as camisas que trariam seus irmãos de volta.
“Você é o sangue que corre em minhas veias e o bater do meu coração. É a primeira coisa que me vem á mente quando acordo e a última antes de eu adormecer. Você é...tudo o que eu sou, é o ar que eu respiro.”
Nesse seu tempo lá, se apaixonou por Red, nome como era conhecido lorde Hugh, e ele por ela. Mas ela tinha uma incumbência não tinha tempo para romances. Ela conseguiu aos trancos e barrancos terminar as camisas, a última ficou incompleta, mas daria para aprontar as seis. Num momento de grande dificuldade ela conseguiu trazer seus irmãos a forma humana novamente. E com uma grande tristeza no coração deixar Red para trás a fim de se vingar da bruxa e conquistar suas terras novamente. Muito tempo depois, algo a surpreendeu, o impensável aconteceu. E assim Sorcha volta a viver feliz, não como antes, mas uma felicidade considerável. No final só sobrou ela e seu irmão mais velho em casa, pois os demais um a um foram embora, sorte que ela conseguiu não terminar sozinha de todo.


Nunca tinha lido nada dessa autora e confesso que a xinguei em algumas passagens do livro, porém ela foi me conquistando, me emocionando e fazendo me entregar a história  como se minha vida dependesse de como seria o fim de tudo.
Ri, chorei, sofri junto com os personagens, me senti dentro do livro algumas vezes. Teve uma hora em que tive que parar um pouco, pois estava muito emocionada. Achei que ela não conseguiria construir um final bom, e olha só, foi arrebatador e surpreendente.
Ela não deixou nada solto, soube arranjar lógica para cada situação mágica. Fechou a história de um jeito triste e feliz ao mesmo tempo, nos fazendo viajar pelo ódio, rancor, esperança e amor. Quando você pensa que a Sorcha vai sofrer um pouco mais ela nos presenteia com surpresas maravilhosas. Amei esse livro, confesso que estou ansiosa para ler os próximos.
Não conseguirei ficar muito tempo longe da magia de Sevenwaters. 



A parte física é perfeita, o livro é enorme, e lindo!
As páginas são amarelas, a diagramação está impecável e eu não encontrei erros durante a leitura, sem contar que a capa é muito bonita!

Ao longo da leitura encontramos figuras que nos fazem entender melhor o contexto narrado e isso foi uma ideia maravilhosa da autora!

14 comentários

  1. Oie, tudo bem?

    Para tudo. Que capa é esse? Que descrição é essa? Preciso desse livro para ontem.

    OK, voltei ao normal. Sou fascinada por lendas e mitologia celta, tenho e li As Brumas de Avalon umas quatro vezes, pelo menos.

    Conforme fui lendo a sua resenha, fui me envolvendo na história e me apaixonando pelo desenho dos personagens, enredo, tudo... Amei as descrições. Agora sabe o que me conquistou de verdade? A parte que você falou que a autora amarrou todas as pontas soltas com lógica. Anda faltando isso por aí.

    Bjsss,
    Bel

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  2. Olá
    Tenho muita curioside de conhecer essa série, adoro as cuturas pagãs, sua conecção com a natureza e com a magia da natureza, alem de me lembrar muito as brumas de avalon, que eu gosto muito.
    Beijos

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  3. Oiee

    Eu não tive interesse pelo livro só de ler a sinopse, mas a cada resenha que leio fico com mais vontade de ler. Acho que vou solicitar para a editora.
    Fiquei curiosa com esse final triste e feliz ao mesmo tempo.

    bjs
    Fernanda
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

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  4. Olá,

    O livro realmente parece ter um enredo forte e repleto de emoções, fiquei muito curiosa para saber todos os desafios que a protagonista enfrenta, além de que como você disse a capa está maravilhosa, bem como a diagramação. Espero em breve poder embarcar nessa história.

    Abraços
    oblogcaentrenos.blogspot.com.br

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  5. A capa desse livro é maravilhosa né? Tenho muita vontade de ler a coleção, e se não deixa pontas soltas melhor ainda! Quero conhecer todas essas surpresas que a autora preparou! Parabéns pela resenha!
    Beijo

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  6. Oi, Marcia
    Fico feliz que a autora tenha te surpreendido com o desfecho e tudo o mais.
    Eu tenho vontade de ler essa série, mas ainda não tive oportunidade. Muito bom quando um autor encaixa tudo perfeitamente.

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  7. Oie!
    Eu tenho essa coleção inteira, mas ainda não consegui começar a leitura. São tantos elogios a essa série que fico pensando porque ainda não comecei. Todos que a estão lendo, gostam bastante dessa trama, muito boa.
    Bjks!
    Histórias sem Fim

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  8. Oie!
    Eu sou completamente apaixonada por histórias de bruxas e essa sem sombra de dúvidas é uma das que está na minha lista de leitura a séculos. Estou louca para lê-la.
    Adorei a sua resenha, parabéns e livros assim que são ótimos.
    Adoro quando conseguem trazer as minhas emoções a tona.

    beijos
    Mayara
    Livros & Tal

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  9. Oie!
    Falou em vikings os meus olhinhos já brilham. Adoooro! Também não conhecia a autora, nem o livro, mas curti bastante pela sua resenha.
    Xingar os autores é mega normal hahaha vivo fazendo isso.
    Adorei a capa e as ilustrações, pra mim esses detalhes fazem toda diferença.
    Bjks

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  10. Oi Marcia, sua linda, tudo bem?
    Eu sei exatamente o que está sentindo. Essa é um das melhores séries que eu já li na vida. O sofrimento dela e o irmão me destruiu. Você não sabe o que te espera nos próximos livros!!! Sua resenha ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Estou contando os dias para conhecer os próximos livros da série. Tu me deixou ansiosa Cila!! Kkkkkkkkkkkk

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  11. Oie
    muito legal sua resenha, eu nunca vi uma resenha negativa sobre o livro mas infelizmente não consigo ter vontade de ler hahaha aliás, não curto a capa mas claro que não é por isso, é que não costumo ler muito esses gêneros

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  12. Oi Marcinha,
    Eu já conhecia o livro, porém ainda não tive a oportunidade de ler. Imagino que o livro seja maravilhoso e que possua muitos acontecimentos, por causa dos seus relatos. Fiquei curiosa com o final do livro e para descobrir o que acontece de tão surpreendente.
    Um beijo,
    Delírios Literários da Snow

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  13. Não é exatamente meu tipo de livro, e só pela sinopse eu não arriscaria a leitura por isso. acontece que a cada resenha que eu leio eu fico com mais e mais vontade de dar uma chance ao estilo e embarcar na história.
    A capa é linda - não só desse, mas de todos da série - e o tamanho assusta um pouquinho, mesmo assim estou curiosa e com a sensação de que vai valer a pena arriscar.
    Beijinhos,
    Lica

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